“E se fosse seu filho?”: Moradores perturbam elefante-marinho e filhote em Garopaba

Este é o primeiro nascimento da espécie no Brasil.

Por Redação

15/10/2024 10h50 | Atualizado há 7 dias

Moradores foram flagrados circulando de motocicleta próximo ao elefante-marinho-do-sul que deu à luz em território brasileiro, em Garopaba, Santa Catarina. Este é o primeiro nascimento da espécie no Brasil. O vídeo do momento foi compartilhado nas redes sociais nesta segunda-feira (13), por Victor Machado, ambientalista da cidade, que criticou a atitude. 

Várias críticas repercutiram sobre o comportamento dos homens, questionando se agiriam da mesma forma caso se tratasse de seus próprios filhos. A movimentação próxima aos animais tem gerado preocupação, uma vez que o bem-estar deles depende de um ambiente tranquilo.

O nascimento, registrado na praia do Siriú, é inédito e está sendo monitorado pelo Instituto Australis. A mãe pode permanecer no local por até 20 dias, amamentando o filhote. 

O Jornal Razão entrou em contato com a Prefeitura de Garopaba para apurar as ações que serão adotadas após a perturbação do elefante-marinho e seu filhote. Em nota, o município informou que, nesta segunda-feira (13), o secretário de Agricultura e Pesca, Fabiano Vieira, reuniu-se com APA da Baleia Franca, Instituto Australis, Unesc, Centro de Mamíferos Aquáticos/ICMBio e Polícia Militar Ambiental para definir estratégias.

“Na reunião foram debatidos cuidados para garantir a proteção da área. A prefeitura dará todo suporte necessário e disponibilizou equipes de fiscalização no local”, informou o município. Além disso, reforçou que apenas essas instituições podem conduzir abordagens diretas com os animais, enquanto a gestão municipal apoia no que for necessário.

A prefeitura esclareceu que sua equipe de fiscalização terá a responsabilidade de evitar a aproximação de motos, quadriciclos e pessoas, além de orientar sobre a presença de animais domésticos.

Entre as medidas estabelecidas, a prefeitura destacou esforços para garantir o cuidado durante o período de amamentação, que vai até 3 de novembro. “A APA da Baleia Franca verificará a possibilidade de instalação de placas adicionais e estruturas mais robustas para estacas, resistentes às marés”, complementa a nota.

O município também buscará apoio da Polícia Militar para multar veículos estacionados irregularmente e impedir a circulação de motos e quadriciclos. Será montado um cronograma de presença institucional com as autoridades e criado um grupo de comunicação entre IBAMA, ICMBio, Polícia Militar Ambiental e a própria prefeitura.

Voluntários serão recrutados com o apoio do Instituto Australis, priorizando contatos pessoais e associações civis, evitando campanhas chamativas. Também será elaborada uma nota técnica determinando a distância mínima para observação dos elefantes-marinhos, além de um trabalho com guias e condutores para conscientização ambiental.

Por fim, a prefeitura esclareceu que, devido à Lei Complementar 140, a gestão da fauna é responsabilidade compartilhada entre União e Estados, cabendo ao município apenas apoiar na mitigação dos impactos locais e aguardar as ações dos órgãos competentes.

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