Armas de gel: brinquedo perigoso que já provocou mortes e ferimentos graves

Debate sobre regulamentação cresce após acidentes e uso inadequado do produto

Por Redação

Publicado em 24/12/2024 10h01

Nos últimos meses, as “armas de gel” têm ganhado popularidade no Brasil, especialmente durante as compras de fim de ano. Esses itens, inspirados em réplicas de equipamentos usados em esportes como airsoft e paintball, vêm sendo adquiridos por crianças e jovens, mas o uso inadequado tem levantado uma série de preocupações relacionadas à segurança e à saúde pública.

Embora comercializadas como brinquedos, as armas de gel utilizam pequenas esferas de gel como munição e não possuem regulamentação clara no país. De acordo com o Inmetro, esses produtos não podem ser enquadrados como brinquedos e, por isso, não recebem certificação. O Exército Brasileiro também informou que, devido à baixa potência, elas não são classificadas como simulacros ou armamentos, dispensando controle específico. Apesar disso, especialistas recomendam que as vendas sejam restritas a lojas especializadas e apenas para maiores de idade.

A prática, no entanto, tem sido outra. Nas últimas semanas, centros comerciais populares como a Saara, no Rio de Janeiro, registraram uma alta procura pelo produto. A ausência de fiscalização permitiu que crianças tivessem fácil acesso às armas de gel, o que já resultou em diversos problemas. Em Pernambuco, por exemplo, mais de 70 pessoas procuraram atendimento médico por lesões nos olhos causadas pelas esferas de gel. Alguns relatos apontam que os projéteis estavam sendo congelados antes do uso, tornando-os mais rígidos e perigosos.

Além das lesões, os conflitos simulados com essas armas têm gerado situações de risco à segurança pública. Em Garuva, Santa Catarina, jovens foram acusados de intimidar crianças em um campo de futebol enquanto portavam armas de gel. No Rio de Janeiro, em 20 de dezembro, um policial perdeu a vida durante uma abordagem, ao acreditar que suspeitos estivessem usando armas de verdade. O episódio destacou o potencial de confusão e tragédias relacionadas ao uso do equipamento.

As autoridades começaram a reagir. No último dia 23, uma operação policial no Rio de Janeiro apreendeu milhares de armas de gel destinadas ao comércio irregular, resultando na condução de nove pessoas à delegacia. Em Pernambuco, cidades como Olinda e Paulista já proibiram a venda e o uso do produto. No âmbito estadual, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro aprovou um projeto de lei que visa banir a fabricação e comercialização das armas de gel, aguardando agora a sanção para entrar em vigor.

O debate sobre o controle desses itens continua. Especialistas defendem medidas mais rigorosas para evitar que crianças tenham acesso a esses produtos e sugerem campanhas de conscientização sobre os riscos envolvidos. Enquanto isso, municípios e estados avaliam novas restrições para conter os problemas que têm surgido.

Fonte: NSC TOTAL

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