O preço do café atingiu um nível histórico, o mais alto desde 1977, e a tendência é que continue elevado até o final do primeiro semestre de 2025. Essa escalada é consequência de estoques reduzidos e condições climáticas desfavoráveis, que impactaram diretamente a produção global.
Na última quarta-feira (29), o café arábica foi negociado a US$ 3,6655 por libra-peso, mais que o dobro do registrado no mesmo período do ano passado. No Brasil, o impacto já é sentido no bolso dos consumidores: em janeiro de 2024, o café custava, em média, R$ 29,62, e fechou o ano a R$ 42,65, um aumento de quase 40%.
Como principal produtor mundial, o Brasil enfrenta desafios desde as geadas severas de 2021, que comprometeram a recuperação da produção. Além disso, eventos climáticos recentes contribuíram para a redução da safra, enquanto a demanda global segue crescendo, principalmente na Ásia.
Em 2024, as exportações brasileiras de café somaram 50,443 milhões de sacas, um crescimento de 28,5% em relação ao ano anterior. No entanto, a produção total caiu 2% e ficou em 54,2 milhões de sacas. Para 2025, a projeção é ainda menor, com estimativa de 51,8 milhões de sacas.
Mesmo com uma possível recuperação em 2025, especialistas alertam que os preços dificilmente retornarão aos níveis de 2023, quando a saca era comercializada a cerca de R$ 800,00, um valor que já dificultava a subsistência dos produtores. Enquanto isso, a indústria repassa os custos ao consumidor, tornando o café um item cada vez mais caro nas prateleiras.
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