O dentista Felipe Cordeiro do Nascimento, alvo de stalking por parte de uma ex-paciente, relatou pela primeira vez em rede nacional o pesadelo que viveu nos últimos anos. Em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, ele detalhou o assédio sofrido e a sensação de medo constante que teve ao lado da companheira, a biomédica Bruna Moro. Durante a conversa, Felipe chegou a chorar ao lembrar da perseguição que começou em 2019.

“Quando um negócio desse começa a acontecer, você acha que aquilo não é possível, que nunca vai acontecer contigo”, disse.

A perseguidora, Priscila Szlachta, professora de música, foi paciente de Felipe em uma clínica em Itajaí. Segundo ele, já durante o tratamento, a mulher buscava maneiras de prolongar as consultas e tentar estabelecer contato fora do ambiente profissional. Após o término do procedimento, passou a enviar centenas de mensagens por redes sociais e e-mails, além de fazer postagens na internet fantasiando um relacionamento inexistente com o dentista.

Em 2023, quando Felipe iniciou o namoro com Bruna, a situação se agravou. As mensagens passaram a intercalar declarações amorosas com xingamentos e ameaças.

“Ao mesmo tempo que ela elogia, ela ama, discute, briga, xinga e quer matar. Coisas totalmente aleatórias”, relatou o dentista.

A perseguição deixou de ser apenas virtual e passou a ocorrer fisicamente. Priscila descobriu onde Felipe morava e foi até seu apartamento duas vezes. Além disso, passou a seguir e abordar o casal em locais públicos.

Diante da escalada da situação, o dentista registrou um boletim de ocorrência em 2023, após uma tentativa de invasão ao prédio onde morava. A Justiça concedeu medidas cautelares, mas a mulher descumpriu todas. Com isso, foi decretada sua prisão preventiva, cumprida na última semana, em sua residência em Itajaí.

Bruna, que também sofreu com a perseguição, desabafou sobre o impacto do caso.

“A gente só quer que isso pare”, pediu a biomédica.

Agora, Felipe e Bruna esperam que a prisão da mulher encerre definitivamente o ciclo de perseguição e que possam retomar a rotina sem medo.