Na manhã desta quarta-feira (26), um erro médico envolvendo um bebê de sete meses gerou indignação em Itajaí. Layane Rodrigues Anesio Figueredo, mãe da criança, relatou que seu filho foi medicado incorretamente com Risperidona, um antipsicótico, no Hospital Pequeno Anjo.
O bebê havia sido internado de domingo (23) para segunda (24) para tratar uma bronquiopneumonia.
De acordo com a denúncia da mãe de 29 anos, durante a manhã, uma enfermeira teria entregado uma seringa medicamentosa sem identificação para ser administrada ao bebê. Mesmo estranhando a situação, Layane seguiu as instruções sem questionar. Aproximadamente 15 minutos após a administração do medicamento, ela conta que o bebê começou a apresentar sinais de prostração e fraqueza.
Desesperada, Layane pesquisou sobre a medicação e descobriu que foi dada Risperidona, que é utilizada no tratamento de distúrbios mentais, como transtorno bipolar e esquizofrenia, e não deveria ser administrada a um bebê.
Ao questionar a enfermeira, segundo relato, a profissional não soube esclarecer o erro, que foi posteriormente confirmado.
A mãe afirma que ficou em estado de choque e com o psicológico extremamente abalado com a situação, principalmente porque não recebeu qualquer retratação por parte da equipe médica ou do hospital até o final da tarde. Além disso, Layane conta que, depois disso, continuou enfrentando dificuldades para obter a devida assistência.
Na parte da tarde, a criança teria começado a apresentar irritação e movimentos oculares anormais. Layane solicitou avaliação do neuropediatra e apoio psicológico para si mesma, mas não obteve resposta naquele momento. Somente após a repercussão do caso nas redes sociais, na manhã desta quinta-feira (27), a neuro visitou a criança, informando que os efeitos colaterais do medicamento poderiam durar até 72 horas, com resquícios presentes no organismo por até 10 dias.
Ela conta que a administração inadequada da medicação não foi um caso isolado. “É assim, eles trazem a medicação sempre num saquinho com a identificação, mas aconteceu dessa enfermeira já trazer a medicação e dar nas nossas mãos, porque aconteceu com outra mamãe do lado. Um dia antes de entregar na nossa mão para a gente dar o anti-gripal para o bebê, como eles estão ali internados com falta de pneumonia, eu acredito que seja para o conforto do bebê, para ele não voltar o remédio. Então, aconteceu isso durante a noite, a gente deu o anti-gripal e tudo ok. Na manhã, ela trouxe só para o meu, os outros bebês estavam dormindo, como o meu estava acordado, eu entendi, trouxe a seringa de novo, só que no dia anterior eu não tinha notado o nome do remédio. Então, dessa vez eu perguntei qual o nome desse medicamento aqui? Ela me deu, foi quando eu anotei, entendeu? Por isso que eu descobri que estava errado. Aí o bebê passou mal, pesquisei o que era, vi que estava errado, corri atrás, ela identificou o erro, até perguntei, ‘esse não é o mesmo de ontem, não?’ Ela falou ‘não, ontem estava certinho, era o anti-gripal, e hoje mesmo foi incorreto’ e o hospital admitiu”.
“Nesse período eu informei a eles que eu vou fazer o acompanhamento dele com o neuro e o meu com o psicólogo, porque eu realmente fiquei muito abalada com tudo isso que aconteceu, sabe, foi um impacto para o meu psicológico. Eu não tive ajuda, e eu solicitei ontem (26), sabe, por duas vezes. Ajuda psicológica e eu não tive”, disse a mãe, que recentemente perdeu um filho.
Layane conta que recebeu apenas ajuda da assistência social, que acionou a ouvidoria do hospital para ouvir o seu relato, e nada mais. Ela registrou um boletim de ocorrência sobre o caso, que será investigado.
Ao Jornal Razão, o hospital informou que acompanha minuciosamente o caso, reforçou que não se trata de um erro médico e que a situação está sendo apurada. Veja:
“O Hospital Infantil Pequeno Anjo informa que acompanha minunciosamente o caso do bebê de 7 meses.
O fato está sendo tratado pelo Núcleo de Segurança do Paciente.
O hospital informa que o bebê está bem hemodinâmicamente, segue acompanhado pela equipe multidisciplinar”.