Muito antes dos primeiros colonizadores chegarem às terras litorâneas que hoje compõe Santa Catarina, os povos indígenas já estavam por aqui.
Os primeiros relatos de navegadores europeus indicavam a presença de pacíficos índios carijós. A Ilha de Santa Catarina, inclusive, recebeu, por conta disso, o nome de “Ilha dos Patos”, pois era chamada pelos nativos de Meiembipe.
Esses índios viviam seminus, tinham a cor parda, comumente acobreada e os cabelos lisos e corredios. Os homens tosquiados e geralmente raspados por cima das orelhas e as mulheres com lindos cabelos pretos e lisos, compridos pelas costas, o que encantou os primeiros náufragos que se tem conhecimento, os quais fincaram raízes na ilha e no continente, resolvidos a nunca mais retornarem para a Europa.
Tyuca
O nome de Tijucas vem, justamente, destes povos. Os carijós chamaram de “Tyuca” as placas de barro existentes nas praias Pontal Norte e Pontal Sul.
Tyuca é o mesmo que Tijuco e, da adaptação, surgiu Tijucas. Na língua dos carijós, portanto, a expressão significava lama, brejo ou pântano. Os indígenas também usavam outras expressões para identificar esse mesmo solo pantanoso: tojugua, tajuca, tojuca, tojuco, tujuco, tojuguá, tejuco e tijunco.
Mas não para por aí. Muitos outros nomes que até hoje utilizamos são fruto da adaptação feita pelos colonizadores com base no dialeto indígena.
Itapema quer dizer “gavião pedra”, Sorocaba é “grota da onça” ou “rio que rasga o morro”, enquanto Itinga significa “água branca” ou “rio de águas claras”.
Do outro lado do mar
Durante quase 250 anos a Coroa Portuguesa não deu muita importância ao Sul do Brasil e aos poucos os navios espanhóis começaram a atracar na atual Ilha de Santa Catarina para se reabastecerem com água e mantimentos. Na ilha havia muitos índios e uns poucos europeus, a maioria náufragos que constituíram família com as mulheres indígenas ou seus descendentes.
Os portugueses perceberam que poderiam perder as terras do Atlântico Sul e então enviaram cerca de cinco mil açorianos para o Litoral Catarinense, no período de 1748 à 1756.
Surgiram aí os “núcleos secundários de povoação”. Esses açorianos foram se espalhando pelo Litoral Catarinense, dando origem aos povoados de Camboriú, Porto Belo e São Sebastião do Tijucas Grande, entre outros.