Uma mãe denunciou, nesta segunda-feira (24), que seu filho de três meses não conseguiu ser vacinado no posto de saúde do bairro Praça, em Tijucas, após o enfermeiro responsável se recusar a aplicar a dose.
A criança, diagnosticada com síndrome de Down, intolerância ao leite e com suspeita de cardiopatia congênita, estaria em acompanhamento médico e teria recebido a orientação para não tomar a vacina na perna anteriormente lesionada. Segundo o relato da mãe, o profissional se negou a aplicar o imunizante na outra, alegando que não se sentia seguro.
Pâmela, mãe do bebê, afirmou que a criança apresentou reação à última vacina, que deixou um hematoma na perna da criança. Por isso, solicitou que a dose desta segunda-feira fosse aplicada na outra perna.
Ainda de acordo com ela, o enfermeiro teria respondido que, por protocolo, cada tipo de vacina deve ser aplicada em um membro específico, e que se a mãe discordava, deveria procurar outra unidade de saúde. Como não possui transporte e a condição do filho requer acompanhamento contínuo, a mulher diz não ter como buscar outro posto.
Durante a discussão, o profissional teria quebrado a seringa com a vacina e se negado a continuar com o atendimento. “Disse que era direito dele não aplicar a vacina e que não ia dar”, relatou a mãe.
Ela afirma ainda que procurou a responsável pela unidade, mas que a enfermeira-chefe não tomou nenhuma providência. “Ela explicou que qualquer vacina pode ter reação, mas não quis intervir na situação”, disse.
A mãe relatou ainda que o bebê esteve recentemente internado com desnutrição e desidratação no Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, em decorrência da intolerância ao leite. Devido ao quadro clínico, ele tem consultas frequentes e precisa manter o calendário vacinal em dia. “Eles [profissionais de saúde] sempre dizem que se a gente não vacinar, podemos até perder a guarda dos nossos filhos. Agora, eles mesmos se recusam a vacinar meu filho. Fica tudo ao contrário”, desabafou.
Pâmela afirma que pretende registrar boletim de ocorrência, mas encontrou a delegacia fechada na manhã de sábado (23), quando tentou buscar ajuda. Também tenta contato com o Conselho Tutelar para relatar o caso e garantir que a vacinação do filho seja realizada conforme a orientação médica.
O Jornal Razão entrou em contato com a prefeitura de Tijucas, em busca de um posicionamento, e aguarda retorno.