Um verdadeiro bairro planejado sustentável está nascendo numa área gigante entre os municípios de Tijucas e Porto Belo. Projetado pela Verde & Azul Urbanismo, o Reserva Royal surge com objetivo de garantir vida saudável para os futuros moradores que terão à disposição a natureza exuberante de uma floresta com mais de um milhão de metros quadrados.
Diretor da Verde & Azul, Luiz Carlos Gallotti Bayer destaca as principais características do empreendimento, um projeto inédito de cidade moderna consciente e sustentável, que deve movimentar o mercado imobiliário da região nos próximos anos e atrair futuros investidores interessados em compartilhar do conceito idealizado pela empresa: vida saudável em harmonia com a natureza em um local próximo de grandes centros como Balneário Camboriú e Florianópolis.
RAZÃO: Como surgiu a ideia de construir o Reserva Royal?
Luiz Carlos Gallotti Bayer – Nós temos aqui uma área de 4,3 milhões de metros quadrados, cortada pelo Rio Santa Luzia, que divide a propriedade da família, entre os municípios de Porto Belo e Tijucas. Estamos distante dois quilômetros da BR-101 e hoje esse trajeto está quase todo asfaltado. Aqui (em Porto Belo) é uma área rural e na parte de Tijucas temos já a cidade no limite da propriedade, com loteamentos implantados e residências e edificações já ocupadas. Nós, na medida em que cidade chegou, tivemos que pensar na mudança de rumo. Até então vínhamos explorando duas atividades (pecuária de corte e silvicultura). Nosso propósito sempre foi manter a área preservada e assim nasceu o empreendimento. Um local pensado para as pessoas, onde elas realmente possam viver em harmonia com a natureza. Desenvolvimento sim, contudo, com prevalência do verde.
RAZÃO: Qual é a proposta do Reserva Royal?
Luiz Carlos Gallotti Bayer – A orla, ao lado de Tijucas, apresenta uma valorização maior de mercado, desde Itapema e sobre tudo, Balneário Camboriú. Então, Tijucas ficou com uma perspectiva de oferecer um preço até melhor para aquisição dos lotes para moradia própria (loteamentos horizontais). Recebemos muitas visitas para fazer os projetos de loteamento, com um fatiamento da propriedade, mas achamos que não era o caminho ideal e a família resolveu apostar em um planejamento especializado na área imobiliária, com a consulta de várias empresas, até que resolvemos fazer um Master Plan da área, para gente começar pelo lugar certo, preservar o que era necessário e criar um conceito um pouco superior a esse que vinha sendo tratado para o desenvolvimento da cidade de Tijucas. Arrisco dizer que estamos trazendo um novo olhar sobre o viver para o sul do país.
RAZÃO: Então, será um empreendimento inovador para a região?
Luiz Carlos Gallotti Bayer – Sem dúvida. Não temos os vícios dos empreendedores da área imobiliária com quem a gente se relaciona atualmente, que fazem loteamento há 30 anos do mesmo jeito e não mudam. Isso é interessante porque, como contratamos empresas inovadoras, foi mais fácil absorver essas ideias. Queremos inovar em várias áreas: construção, pavimentação, iluminação, paisagismo, no revestimento, no desenho urbanístico, tamanho da avenida e da rua. A cidade, na verdade, é construída de 200 itens, mas faz a diferença. É pensar tudo do zero.
RAZÃO: Qual o conceito do empreendimento?
Luiz Carlos Gallotti Bayer – Em função desse potencial natural ambiental, o Master Plan contempla um conceito aonde efetivamente o projeto urbanístico fosse feito para as pessoas, com preservação do verde, sem pensar unicamente na ocupação do concreto. Esse é o nosso objetivo principal: que as pessoas tenham local para lazer, para respeitar ar puro, para ter uma vida saudável, para praticar esportes.
Vamos ocupar o espaço dentro de um conceito moderno, aonde as pessoas possam efetivamente viver bem, onde as crianças e jovens possam ter essa vida saudável, com exercício. Projetamos uma avenida com dois quilômetros e um canteiro central de oito metros, que vai permitir a corrida e a bicicleta, num vaivém de quatro quilômetros. Essas ciclovias estariam ligadas ao projeto como um todo talvez totalizando uns 10 quilômetros.
É esse equilíbrio que desejamos que seja contemplado o conceito principal dentro do nosso projeto. Várias escolas de arquitetura foram consultadas e tivemos que selecionar uma empresa. Queremos colocar um pouco de tudo no projeto, porque cada local tem uma característica que exige uma determinada linha (arquitetônica).
RAZÃO: A verticalização também é uma tendência?
Luiz Carlos Gallotti Bayer – Na medida em que o projeto evoluiu, o verde foi preservado e não fatiamos a área em lotes horizontais. A previsão é de que o maior espaço seria ocupado pelo verde e pela água, por isso a nossa empresa nasceu com nome de Verde & Azul Urbanismo, o verde da mata e o azul dos lagos. Vamos deixar de vender um número enorme de lotes, mas vamos naturalmente verticalizar em volta dos lagos, à beira dos matos.
Isso tudo está planejado e localizado da melhor forma possível, pois o projeto cumpre o desejo de que o espaço seja destinado às pessoas. Os prédios têm uma diferenciação estrutural, com mais verde, mais varanda, mais áreas comuns, diferente dos prédios feitos à beira da estrada. Mas a grande diferença é o silêncio com proximidade e acessibilidade. O barulho da rodovia é alto e aqui você não ouve nada. Buscamos um design e uma arquitetura diferenciados.
RAZÃO: A sustentabilidade é uma das características do empreendimento?
Luiz Carlos Gallotti Bayer – O projeto tem um regramento na ocupação, com alternativas associadas ao conceito de sustentabilidade, como captação de água, aproveitamento de água da chuva, seleção de lixo. Uma empresa de manejo de águas foi contratada e tomamos todas as precauções com chuvas de maior nível pluviométrico. Uma empresa de paisagismo fez um diagnóstico inicial e posteriormente fará o projeto paisagístico da área. Também demos muita importância ao aproveitamento das nascentes de água.
Um corredor ambiental vai integrar a nossa mata de 1 milhão de metros quadrados, o que é importante do ponto de vista de sustentabilidade, pois vai ligar a mata ciliar, na margem do rio, até chegar no grande maciço, com objetivo de resgatar a fauna, trazendo de volta periquitos, arapongas e todas essas aves que já tivemos aqui e hoje são mais raras.
Por isso, o paisagismo prevê frutas e árvores que atraem pássaros. Há uma preocupação com tudo aquilo que possa trazer o conforto para quem vai morar e viver nesse espaço. Temos a preocupação de fazer uma parte agro. Queremos resgatar a ligação com a terra e teremos uma horta e um pomar modelos. A empresa vai dar assistência técnica ao morador para que ele possa fazer a horta modelo na casa dele, plantar alguma fruta, e se quiser mais frutas e o espaço for menor, vamos dar assistência para cultura de vasos, e essa mesma assistência vai se estender para os jardins para evitar que a pessoa ponha pedrinhas em frente da casa, porque o jardim vai contribuir para a drenagem, que está dentro do nosso plano de manejo de águas.
RAZÃO: O aproveitamento da área verde é um diferencial?
Luiz Carlos Gallotti Bayer – Nós temos projetados vários parques em função da disponibilidade dessa mata. Existe um parque orquidófilo, já eleito no conselho diretor da cidade, que deve ocupar uns 300 mil metros quadrados. Planejamos uma área verde de 53 mil metros quadrados, já para uma primeira fase, quando serão implantados 480 lotes. Essa área está entre a mata ciliar, na margem do rio, e uma área do outro lado do loteamento, aonde teremos trilhas e um mirante para poder ver todo o patamar de verde e avistar o mar e toda a cidade.
Importante é que nós já temos um milhão de metros quadrados de área verde e vamos ampliar essa área verde. Vamos fazer mais verde e não queremos maximizar o solo na área existente, com uma visão imobiliária de curto prazo. A gente acredita na valorização do empreendimento com o crescimento da área verde. Ampliamos a extensão da mata ciliar, que vai nos entregar 400 a 500 mil metros quadrados que será destinado a um parque ecológico municipal para ser trabalhado com as duas prefeituras (Tijucas e Porto Belo).
RAZÃO: Atividades de lazer também não irão faltar para o morador do Reserva Royal?
Luiz Carlos Gallotti Bayer – Nós vamos ter um playground nessa área destinada a essa primeira população que ocupará a primeira fase. O projeto prevê uma trilha sob a copa das árvores e uma arena de arte cultural aberta para trazermos alguns projetos da secretaria de Cultura do município. Vamos ter espaços de convivência, de água para crianças e para pets. O Master Plan prevê uma ocupação de público no parque ecológico, que será cortado por uma avenida, uma ponte, e ao lado teremos um bolsão de estacionamento.
O pessoal vai poder andar à vontade, sem trânsito de veículos. Esse parque terá algumas áreas elevadas aonde vamos planejar todas as modalidades esportivas e de lazer possíveis. As águas vão circular em volta dessas áreas elevadas, então o acesso será feito por várias pequenas pontes, podendo ter beach tênis, vôlei, skate, área para churrasco. Será um parque ecológico planejado muito interessante.
RAZÃO: O projeto também prevê uma área comercial?
Luiz Carlos Gallotti Bayer – Sim. Destinamos 12 lotes com média de 400 metros quadrados cada, onde vamos construir módulos de acordo com a evolução da ocupação. As lojas estarão no térreo. São de conveniência, de serviços, para a comunidade, com gestão coordenada do mix. As lojas têm o pé direito mais elevado e uma calçada em frente de sete metros de extensão que podem ser ocupadas com mesas, por exemplo, de um restaurante.
O segundo piso é destinado ao trabalho (coworking ou mesmo privado) e também está sendo projetado em cima do segundo piso, uma laje com acesso ao ar livre ou protegido por sombreiros ou toldos, um escritório com mais tom de liberdade, mais próximo do verde, com áreas externas. Essa área comercial será bastante diferenciada.
RAZÃO: A inovação também se estende para a questão da segurança?
Luiz Carlos Gallotti Bayer – O projeto conta com vigilância por câmeras, central de vigilância, reconhecimento de face, telemetria, infraestrutura de internet já programada para ser diferenciada e subterrânea. Estudamos ter algumas avenidas com fiação subterrânea (iluminação). A área comercial está planejada e a outra área está prevista a iluminação normal.
RAZÃO: Por sua localização, o Reserva Royal também vai promover uma integração intermunicipal?
Luiz Carlos Gallotti Bayer – Brinco que nós vamos fazer uma ponte intermunicipal e as pessoas vão dizer: eu vou ali do outro lado fazer isso e aquilo e vice versa. Possivelmente os serviços serão diferentes, com disponibilidade de lazer, de atividades, até mesmo comerciais e financeiras, que vai acabar fazendo uma integração intermunicipal. É natural que as coisas sejam diferentes e que possam se complementar para satisfação das comunidades que vão ocupar essa área. Eu sempre digo que essa área é mais que um bairro. São praticamente duas cidades implantadas com um novo conceito.
RAZÃO: Quando está previsto o início das obras?
Luiz Carlos Gallotti Bayer – A nossa previsão de início das obras é para junho ou julho desse ano, com prazo de execução de 18 a 20 meses para conclusão da primeira fase. As duas primeiras fases serão desenvolvidas em 2022 e 2023, e em 2024 e 2025 já estarão implantadas. São 480 lotes na primeira fase, e 520 na segunda, horizontais. Porém, parte desses lotes, tanto na primeira fase como na segunda fase, que são as esquinas, as bordas das quadras, têm projeto para alguma verticalização nas avenidas.