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“SC quase sem ateus”: conheça as cidades onde 100% da população declara ter uma religião

Levantamento do IBGE revela que oito municípios catarinenses não têm nenhum morador declarado como sem religião.

Publicado em 08/06/2025 10h55
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Santa Catarina está entre os estados com maior religiosidade declarada do país. Segundo o Censo Demográfico 2022 do IBGE, oito municípios catarinenses não têm nenhum morador identificado como sem religião.

Essas cidades entraram para uma lista de apenas 28 em todo o Brasil onde 100% da população declarou ter alguma crença. No ranking nacional, Santa Catarina só fica atrás do Rio Grande do Sul, que possui 11 cidades na mesma condição.

Em solo catarinense, os municípios onde todos os habitantes se declaram religiosos são: Cunhataí, Iomerê, Irati, Lajeado Grande, Peritiba, Presidente Castello Branco, Tigrinhos e Xavantina — todos localizados no Oeste do estado.


Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, em Xavantina (SC), símbolo da fé solidária que une os moradores numa comunidade onde todos têm religião — e ninguém se declara sem fé.

O perfil dessas cidades tem algo em comum: comunidades pequenas, enraizadas em tradições familiares e fortemente influenciadas por valores de imigração europeia, principalmente italiana e alemã.

A cidade de Iomerê, por exemplo, tem pouco menos de 3 mil habitantes. Ali, 81,3% são católicos, 7,7% evangélicos e os demais seguem outras religiões. Nenhum morador se declarou sem religião.

Já em Tigrinhos, o percentual de católicos é menor (62,5%), mas há uma presença expressiva de evangélicos (23,4%). Ainda assim, ninguém se declarou ateu ou agnóstico.


Os rios do município de Tigrinhos proporcionam belezas raras através das cascatas no interior do município, com destaque para duas: Linha Boa Esperança e Linha Tigre

Os dados surpreendem, especialmente quando comparados ao restante do país. Em nível nacional, 9,3% da população brasileira afirmou não ter religião — um crescimento de 1,4 ponto percentual em relação a 2010.

Mesmo em Santa Catarina, o grupo de pessoas sem religião vem crescendo. Em 2010, representava 3,2% da população. Hoje, esse número dobrou, chegando a 6,3% — cerca de 420 mil pessoas.

Ainda assim, algumas regiões resistem à tendência. A analista do IBGE, Maria Goreth Santos, comenta que a ligação com a fé, nesses locais, vai além do templo. “São comunidades pequenas, onde a igreja ainda é centro de convivência social, além do aspecto religioso”, afirma.

Além da prática religiosa, essas cidades mantêm fortes traços culturais, como festas comunitárias, cantatas, procissões e grupos de oração que envolvem todas as faixas etárias — dos avós aos netos.

O contraste com o restante do estado chama atenção. Em cidades maiores como Florianópolis e Joinville, os números são bem mais variados, refletindo a diversidade urbana e a pluralidade de crenças e não crenças.

Com o avanço da secularização nas metrópoles, o cenário das cidades 100% religiosas de Santa Catarina surge como um retrato resistente de um modelo social cada vez mais raro no Brasil moderno.

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Santa Catarina está entre os estados com maior religiosidade declarada do país. Segundo o Censo Demográfico 2022 do IBGE, oito municípios catarinenses não têm nenhum morador identificado como sem religião.

Essas cidades entraram para uma lista de apenas 28 em todo o Brasil onde 100% da população declarou ter alguma crença. No ranking nacional, Santa Catarina só fica atrás do Rio Grande do Sul, que possui 11 cidades na mesma condição.

Em solo catarinense, os municípios onde todos os habitantes se declaram religiosos são: Cunhataí, Iomerê, Irati, Lajeado Grande, Peritiba, Presidente Castello Branco, Tigrinhos e Xavantina — todos localizados no Oeste do estado.


Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário, em Xavantina (SC), símbolo da fé solidária que une os moradores numa comunidade onde todos têm religião — e ninguém se declara sem fé.

O perfil dessas cidades tem algo em comum: comunidades pequenas, enraizadas em tradições familiares e fortemente influenciadas por valores de imigração europeia, principalmente italiana e alemã.

A cidade de Iomerê, por exemplo, tem pouco menos de 3 mil habitantes. Ali, 81,3% são católicos, 7,7% evangélicos e os demais seguem outras religiões. Nenhum morador se declarou sem religião.

Já em Tigrinhos, o percentual de católicos é menor (62,5%), mas há uma presença expressiva de evangélicos (23,4%). Ainda assim, ninguém se declarou ateu ou agnóstico.


Os rios do município de Tigrinhos proporcionam belezas raras através das cascatas no interior do município, com destaque para duas: Linha Boa Esperança e Linha Tigre

Os dados surpreendem, especialmente quando comparados ao restante do país. Em nível nacional, 9,3% da população brasileira afirmou não ter religião — um crescimento de 1,4 ponto percentual em relação a 2010.

Mesmo em Santa Catarina, o grupo de pessoas sem religião vem crescendo. Em 2010, representava 3,2% da população. Hoje, esse número dobrou, chegando a 6,3% — cerca de 420 mil pessoas.

Ainda assim, algumas regiões resistem à tendência. A analista do IBGE, Maria Goreth Santos, comenta que a ligação com a fé, nesses locais, vai além do templo. “São comunidades pequenas, onde a igreja ainda é centro de convivência social, além do aspecto religioso”, afirma.

Além da prática religiosa, essas cidades mantêm fortes traços culturais, como festas comunitárias, cantatas, procissões e grupos de oração que envolvem todas as faixas etárias — dos avós aos netos.

O contraste com o restante do estado chama atenção. Em cidades maiores como Florianópolis e Joinville, os números são bem mais variados, refletindo a diversidade urbana e a pluralidade de crenças e não crenças.

Com o avanço da secularização nas metrópoles, o cenário das cidades 100% religiosas de Santa Catarina surge como um retrato resistente de um modelo social cada vez mais raro no Brasil moderno.

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