A capital catarinense contabilizou a chegada de 84,6 mil pessoas de outros estados brasileiros entre 2017 e 2022, segundo dados do Censo 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O volume representa 15,7% da população de Florianópolis em 2022. No mesmo período, Balneário Camboriú (21,8%) e Palhoça (18,1%) tiveram percentuais ainda mais elevados de moradores vindos de outras unidades da federação.
Os dados revelam ainda que 39,1% da população residente na capital não é natural de Santa Catarina. A maioria, 59,9%, nasceu no próprio estado. A média catarinense, no entanto, apresenta proporção diferente: 24,4% dos moradores são de fora, e 75,6% nasceram em Santa Catarina.
No ranking estadual, os municípios com as maiores proporções de migrantes interestaduais estão concentrados no litoral. Balneário Gaivota lidera com 32,4% da população vinda de outros estados, seguida de Itapoá (32,3%), Porto Belo (30,1%), Araquari (28,7%) e Balneário Arroio do Silva (28,4%).
A origem desses migrantes também foi mapeada. O Rio Grande do Sul lidera o envio de novos moradores para a capital catarinense: os gaúchos representavam 15,74% da população de Florianópolis em 2022, um crescimento em relação aos 9,21% registrados em 2000. Os paulistas também ampliaram presença, passando de 3,28% para 6,26% no mesmo período. Já os paranaenses, embora permaneçam entre os grupos mais numerosos, registraram leve queda, com 4,93% em 2022 contra 5,19% em 2010.
O número de imigrantes estrangeiros em Florianópolis também aumentou: passou de 1,1% da população em 2010 para 2,09% em 2022. A maioria dos estrangeiros vem da Venezuela, com 1.512 pessoas (29,22%). Outros grupos relevantes são os argentinos (14,51%), dominicanos (4,23%), norte-americanos (3,96%) e portugueses (3,87%).
Em nível nacional, a Venezuela ultrapassou Portugal como principal país de origem de imigrantes no Brasil. Em 2010, o país vizinho contabilizava 2.869 residentes no Brasil; em 2022, esse número chegou a 271.514. No mesmo intervalo, a comunidade portuguesa caiu de 137.972 para 104.345 — uma redução de 24%.
Mais da metade dos estrangeiros que vivem hoje no país chegou entre 2013 e 2022, segundo o IBGE. O aumento da presença de latino-americanos foi significativo, passando de 183.448 em 2010 para 646.015 em 2022. Os principais grupos são formados por venezuelanos, bolivianos, haitianos, paraguaios, argentinos e colombianos. Em contrapartida, a presença de europeus encolheu de 263.393 para 203.284 no mesmo período.
Santa Catarina foi o estado com maior saldo migratório do Brasil entre 2017 e 2022. O número de pessoas que entrou no território catarinense (503.580) superou em 354.350 as saídas (149.230). Goiás (+186.800), Minas Gerais (+106.500) e Mato Grosso (+103.900) completam a lista de maiores saldos positivos. Por outro lado, o Rio de Janeiro teve o pior desempenho: registrou 332.574 saídas e 167.214 entradas, com um saldo negativo de -165.360.
Outro dado relevante é o crescimento da população estrangeira em Santa Catarina, que passou de 11.671 pessoas em 2010 para 72.793 em 2022, o equivalente a 1,1% da população do estado. Os principais países de origem são: Venezuela (26.977), Haiti (7.881), Argentina (2.520), Estados Unidos (1.349) e Portugal (986).
Chapecó lidera entre os municípios catarinenses que mais receberam estrangeiros nos últimos 10 anos. A cidade contabilizou 10.855 imigrantes, representando 4,26% de sua população total de 254.785 pessoas em 2022.
Fonte: NSC TOTAL