A polêmica que começou com potes de doce de leite em uma cafeteria de Joinville, Santa Catarina, virou um verdadeiro campo de guerra nas redes sociais — e colocou ninguém menos que o Padre Fábio de Melo no centro de uma tempestade digital que, segundo ele, tem cheiro de enxofre.
O episódio aconteceu no dia 10 de maio, quando o religioso, seguido por mais de 26 milhões de pessoas no Instagram, publicou um vídeo expondo uma suposta divergência de preços na vitrine da cafeteria Havanna. O que parecia uma simples reclamação de consumidor, rapidamente virou combustível para o caos.
A publicação gerou uma onda de repercussão tão forte que terminou com a demissão do gerente do estabelecimento. O trabalhador, identificado como Jair José Aguiar, se manifestou dias depois, afirmando que nunca sequer olhou na cara do padre durante todo o ocorrido. “Ele destruiu a minha vida”, desabafou Jair, que alega ter sido vítima de uma enorme injustiça.
Mas o roteiro desse drama ganhou um plot twist inesperado. Acuado pelos próprios seguidores e por milhares de internautas que questionam sua postura, o Padre Fábio de Melo recorreu às redes sociais — o mesmo palco que usou para fazer a denúncia — e, desta vez, para um desabafo carregado de mágoa, vitimismo e, claro, muitas indiretas.
“Estou a um passo de desistir”, escreveu o religioso, visivelmente abalado. Sem economizar nas palavras, ele jogou a culpa no “Diabo” e na “polarização política”, afirmando que está sendo atacado “pelos dois lados”.
Segundo ele, os ataques não têm relação direta com o episódio da cafeteria, mas fazem parte de uma espécie de perseguição orquestrada por quem não aceita sua suposta neutralidade política. “Os ataques são orquestrados pelos que não ficaram satisfeitos em não nos ter nos palanques. Por isso, sou atacado pelos dois lados”, disparou.
O padre também afirma que o mundo virtual se transformou na “armadilha mais assertiva que o Diabo já criou”. E não parou por aí: “As pessoas querem odiar. A qualquer custo. Querem um alvo, e eu virei esse alvo”, lamentou.
Nas redes, no entanto, muitos não compraram a versão do sacerdote. Uma chuva de comentários irônicos tomou conta do X (antigo Twitter). Usuários lembraram que quem levou o problema para a internet foi ele, e que agora tenta se esquivar das consequências.
“Ele foi lá, jogou gasolina, acendeu o fósforo e agora culpa o fogo por queimar”, comentou um internauta. Outro foi mais direto: “Se tivesse resolvido no particular, não tava nessa situação”.
O gerente demitido, por sua vez, segue enfrentando o peso do desemprego e da exposição pública. Chorando, afirmou que sua vida virou de cabeça para baixo. “Nunca falei com ele. Nunca olhei pra ele. Foi tudo muito injusto”, declarou em um vídeo divulgado nas redes.
Enquanto isso, a cafeteria preferiu o silêncio após confirmar a demissão do funcionário. E o padre… bem, o padre parece cada vez mais decidido a se afastar daquilo que ele mesmo classificou como “a maior armadilha do Diabo”: o mundo virtual.