Pastor de Itajaí defende amigo acusado de abusar menina de 6 anos: “Não foi estupro, foi sexo oral”

Por Redação

Publicado em 05/07/2024 22h07 | Atualizado há 139 dias

O pastor Luiz Hermínio, líder da igreja Missões Evangelísticas Vinde Amados Meus Ministrações (Mevam), está no centro de uma polêmica após minimizar as acusações de abuso sexual contra Marcus Grubert, esposo da cantora gospel Heloisa Rosa. Em uma conversa vazada com outro líder religioso, Hermínio tenta justificar o crime, afirmando que “não foi estupro, foi sexo oral”. O áudio foi divulgado pelo pastor Anderson Silva, que lidera um projeto de combate a crimes sexuais em ambientes religiosos, e compartilhado pela Hope and Justice Foundation, organização que apoia a família da vítima.

Segundo a acusação, Marcus Grubert abusou sexualmente de uma criança de cinco anos em 2023, na Flórida, Estados Unidos, e aguarda julgamento pelo crime. No áudio vazado, Hermínio alega que, de acordo com a investigação, não houve rompimento do hímen da criança, o que, em sua visão, descaracterizaria a penetração sexual e o crime de estupro. Ele confirma saber que o acusado teria posto o órgão genital na boca da criança.

Contudo, a legislação brasileira não exige conjunção carnal ou rompimento do hímen para configurar estupro. Qualquer ato libidinoso contra menores já caracteriza o crime. A Hope and Justice Foundation recebeu a declaração com indignação, destacando que na Flórida qualquer ato libidinoso visando satisfazer o desejo sexual de alguém é considerado estupro, independentemente de penetração.

A igreja Mevam se manifestou nas redes sociais, afirmando que cabe às autoridades investigar e julgar crimes. Em nota, a instituição declara: “O Ministério Mevam e seus pastores jamais transigiram, compactuaram ou acobertaram qualquer conduta criminosa e/ou pecaminosa dentro ou fora da igreja. Pelo contrário, cremos que só há arrependimento genuíno naquilo que é trazido à luz”. A igreja ainda defende que atitudes com indícios de práticas criminosas sejam apuradas e responsabilizadas após o devido processo legal, respeitando os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório.

Pastor Líder da Mevam em Itajaí Ameniza Acusação de Estupro Contra Criança

O mundo gospel foi impactado com as graves denúncias envolvendo Marcus Grubert, marido de uma das maiores cantoras gospel do Brasil, Heloisa Rosa. A repercussão do caso chocou tanto a comunidade cristã quanto o público secular, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, onde ocorreu o crime. A seguir, apresentamos detalhes do caso, que podem ativar gatilhos e produzir desconforto em pessoas sensíveis ao tema.

Quem é Marcus Grubert

Marcus Grubert, de 41 anos, é acusado de cometer pedofilia contra uma menina de cinco anos no estado da Flórida, nos Estados Unidos. Pouco conhecido no meio evangélico, Marcus é principalmente reconhecido por sua esposa, a cantora gospel Heloisa Rosa, e por seu pai, Irineo Grubert, um líder de pastores, escritor e conferencista. O casal mora há alguns anos nos Estados Unidos, onde Heloisa continua exercendo seu ministério musical. Eles têm dois filhos e frequentavam a Igreja Alcance, ligada à mesma denominação em Curitiba, presidida pelo Pastor Luciano Subirá. Seus pastores na Flórida eram Paulo e Juliana Subirá.

O Ocorrido

Heloisa Rosa, cumprindo sua agenda tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, contratou os serviços de assessoria de uma jornalista que também frequentava a mesma igreja. As famílias tornaram-se amigas e íntimas, frequentemente visitando a casa uma da outra. Em abril de 2023, a filha de cinco anos da jornalista, Haline Sampaio, participou de uma festa do pijama na casa de Heloisa Rosa a pedido desta. Durante a noite, Marcus Grubert teria entrado no quarto onde a criança dormia, vestindo apenas roupa de baixo. A menina relatou, em depoimento através de uma psicóloga criminal, que acordou com Marcus passando a língua nela, e que ele colocou as mãos nos olhos dela antes de penetrar sua boca com o órgão genital. Marcus ainda pediu à criança que não contasse à mãe o ocorrido, pois ela o mataria.

Em estado de choque, a criança contou o ocorrido à esposa do acusado, que inicialmente expressou apoio e teria colocado Marcus para fora de casa, planejando o divórcio. Entretanto, após algum tempo, Heloisa Rosa cortou todos os meios de contato com a mãe da vítima e reatou o relacionamento com Marcus, além de não prestar depoimento à polícia.

Minimização do Crime pelo Pastor Luiz Hermínio

Recentemente, um áudio vazado revelou uma conversa entre o pastor Luiz Hermínio, líder da Missões Evangelísticas Vinde Amados Meus Ministrações (Mevam), e outro líder religioso, na qual Hermínio tenta minimizar a gravidade do crime cometido por Marcus Grubert. Hermínio afirmou que “não foi estupro, foi sexo oral”, justificando que não houve rompimento do hímen. A declaração gerou indignação, especialmente da Hope and Justice Foundation, que apoia a vítima.

Segundo a legislação, qualquer ato libidinoso contra uma criança é considerado estupro, independentemente de haver penetração. 

  

A igreja Mevam se manifestou nas redes sociais, alegando que confia na justiça para investigar e punir os responsáveis, e que jamais compactuou com condutas criminosas.

A repercussão do caso e as declarações controversas de Luiz Hermínio continuam a causar polêmica e revolta, intensificando o debate sobre a proteção de menores e a responsabilidade das lideranças religiosas em casos de abuso.

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