Anderson Rafael Hasse, acusado de sequestrar a própria filha, de apenas 8 anos, em Blumenau, deixou a prisão na madrugada desta quinta-feira (22). Ele estava detido desde março, após se entregar na 11ª Delegacia da Rocinha, no Rio de Janeiro, acompanhado da criança.
A liberdade foi concedida por meio de um habeas corpus, expedido pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), após solicitação da defesa. Segundo o advogado Paulo Ascenção, Anderson deve retornar a Blumenau nos próximos dias.
Defesa alega tentativa de proteção
De acordo com a defesa, não se tratou de um sequestro, mas sim de uma tentativa do pai de proteger a filha de uma situação que ele considerava uma possível ameaça.
O caso teve início no dia 28 de fevereiro, quando a menina foi passar o fim de semana com Anderson, conforme o acordo de visitas, que permitia encontros quinzenais. No entanto, após o feriado de Carnaval, ele não devolveu a criança à escola, como estava combinado para o dia 5 de março, às 13h15.
Ao perceber que a filha não havia sido entregue, a mãe procurou a escola e constatou o desaparecimento da criança.
Fuga planejada e motivação
As investigações indicam que a fuga foi organizada com pelo menos três meses de antecedência. Testemunhas relataram que Anderson demonstrava grande insatisfação com a decisão judicial que havia retirado sua guarda.
Além disso, ele teria levantado suspeitas de um possível abuso cometido contra a filha por um parente próximo da criança — o que, segundo a defesa, motivou sua atitude.
Venda de bens e empréstimo para financiar a fuga
De acordo com a Polícia Civil, o homem vendeu carro, instrumentos musicais e ainda contratou um empréstimo no valor de R$ 60 mil para custear a fuga com a filha. O objetivo era sair de Blumenau e circular por outros estados.
Prisão e acusações
Durante as investigações, a Polícia Civil solicitou a prisão temporária de Anderson. Ele foi acusado dos crimes de sequestro, cárcere privado, desobediência judicial e também de praticar alienação parental — o que, segundo as autoridades, contribuiu para a decisão da Justiça em retirar a guarda da criança.
Agora, em liberdade, a defesa afirma que vai trabalhar para comprovar que não houve crime, e sim um ato de proteção por parte do pai.