As queimadas na Amazônia alcançaram um novo pico de registros em 2024, com mais de 59 mil focos de incêndio detectados entre janeiro e julho, o maior número desde 2008.
A fumaça resultante desses incêndios percorreu uma distância superior a 3 mil quilômetros, impactando a qualidade do ar em várias regiões do Brasil, incluindo Santa Catarina, na semana passada.
Esse corredor de fumaça atingiu dez estados brasileiros: Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Acre, Rondônia, Paraná, Minas Gerais, São Paulo, Amazonas, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Segundo Nicolle Reis, meteorologista da Defesa Civil de Santa Catarina, a fumaça foi trazida para o Sul do país por correntes de vento que se estendem do Norte ao Sul, agravadas pelas condições climáticas secas de agosto.
A deterioração da qualidade do ar, exacerbada pela fumaça, tem causado preocupações adicionais, especialmente em relação aos impactos na saúde pública. Leonardo Hoinaski, coordenador do Laboratório de Controle da Qualidade do Ar (LCQAr) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), ressaltou que, embora seja complexo medir com precisão o efeito das queimadas na qualidade do ar, os danos à saúde são perceptíveis, especialmente para crianças e idosos.
Em Florianópolis, a visibilidade foi afetada no último sábado (17) e na quinta-feira (22), com o céu assumindo um tom acinzentado, evidenciando a presença da fumaça. Diante dessa situação, a Defesa Civil de Santa Catarina emitiu recomendações para a população, como aumentar a ingestão de líquidos, evitar exercícios físicos ao ar livre e estar atento a sinais de irritação respiratória.
A chegada de uma frente fria na quinta-feira (22) começou a deslocar a fumaça em direção ao Norte, diminuindo parcialmente os impactos no Sul. No entanto, a continuidade das queimadas mantém a possibilidade de retorno da fumaça às regiões afetadas.