Aviões presidenciais deixam Moscou enquanto Guerra Civil na Rússia avança

Prigozhin afirma que suas tropas foram saudadas como 'libertadores' e diz que conseguiu tomar o quartel-general militar em Rostov sem lutar.

Aviões presidenciais deixam Moscou enquanto Guerra Civil na Rússia avança

Reprodução / Redes sociais

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A crise política na Rússia tomou um rumo inesperado quando o líder do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, anunciou uma rebelião contra o Ministério da Defesa russo na sexta-feira. Assegurando contar com um exército de 25 mil mercenários prontos para lutar, Prigozhin conclamou os russos a se unirem a eles numa "marcha pela justiça".

As origens da rebelião remontam à recente invasão da Ucrânia, que Prigozhin argumentou ser desnecessária e manipulada pelo alto comando militar russo. Em uma reviravolta dramática, a força aérea russa recebeu ordens para bombardear as colunas do grupo Wagner, em resposta às acusações de Prigozhin de que os líderes militares enganaram o presidente Putin a favor da invasão.

Os principais acontecimentos da rebelião são:

A Rússia iniciou uma investigação criminal contra Prigozhin por incitamento a motim, sinalizando que uma prisão iminente pode estar no horizonte. O grupo Wagner conseguiu assumir o controle de instalações militares e um aeródromo em Rostov, uma localização estratégica para o ataque russo à Ucrânia.

Enquanto isso, Mikhail Khodorkovsky, empresário exilado e opositor de Putin, declarou seu apoio ao grupo Wagner, dizendo que "é hora de ajudar" Prigozhin.

O presidente Putin classificou a rebelião como uma traição e prometeu punir qualquer um que pegasse em armas contra o exército russo. Além disso, as cidades de Moscou e Voronej implementaram regimes de operações antiterroristas.

Nesse meio tempo, houve relatos de aviões presidenciais deixando Moscou rumo a São Petersburgo. Apesar disso, o Kremlin mantém que Putin ainda está em Moscou.

O chefe da inteligência russa afirmou que a tentativa de desencadear uma guerra civil falhou, porém há relatos de que a força de Wagner entrou na região de Lipetsk, que fica a cerca de seis horas de carro de Moscou.

Com a possível fuga das elites de Moscou para São Petersburgo, a região de Kaliningrado, na fronteira com a Polônia, intensificou sua defesa. Além disso, houve tumultos relatados em prisões de Moscou.

Enquanto isso, o grupo Wagner também tomou instalações militares em Voronej e anunciou pelo Telegram que "o exército passa para o lado do povo". Milhares de soldados russos estão baixando suas armas diante da aproximação do grupo de Prigozhin, que agora controla Rostov e grande parte de Voronezh.

Um helicóptero russo Ka-52 foi filmado atacando e destruindo a refinaria e os depósitos de combustível da cidade de Voronezh, uma estratégia de "terra queimada" para impedir o avanço dos mercenários de Wagner.

A agência estatal de notícias russa, TASS, informou que todas as estradas ligando a Rússia à Rostov estão bloqueadas, ilustrando a perda total de controle de Moscou sobre Rostov e o avanço de Prigozhin em direção a Voronezh, a 500 km de Moscou.

A rebelião de Prigozhin, por enquanto, parece estar ganhando força, apesar das garantias do Kremlin de que a situação está sob controle. A incerteza permanece, assim como a tensão crescente na Rússia