No contexto atual, onde supermercados no Brasil são forçados a colocar lacres antifurto em produtos básicos como azeite, a afirmação do vice-presidente Geraldo Alckmin de que o governo Lula está “macetando” a inflação soa desconectada da realidade enfrentada pelos consumidores.
Os dados mais recentes do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que, apesar da desaceleração observada pelo segundo mês consecutivo, os alimentos continuam sendo o principal motor da inflação no país.
Em janeiro, a inflação de alimentos e bebidas foi mais alta, registrando um aumento de 1,38%, seguido por uma alta de 0,95% em fevereiro. A tendência de desaceleração continuou em março, quando o aumento foi de apenas 0,53%. Em março, o segmento de alimentação e bebidas registrou um aumento de 0,53%, contribuindo com 0,11 ponto percentual para a taxa de inflação de 0,16% do IPCA do mês, o que representa cerca de 70% da alta total. Destacam-se as elevações nos preços da cebola (14,34%), tomate (9,85%), ovos de galinha (4,59%), frutas (3,75%) e leite longa vida (2,63%).
A alta no segmento de alimentação e bebidas em março contribuiu com 0,11 ponto percentual para a taxa de inflação de 0,16% do IPCA no mesmo mês, representando cerca de 70% do aumento total. Para estudiosos, esse fator destaca a dominância contínua dos preços dos alimentos na composição da inflação brasileira, apesar dos esforços para conter essas altas.
A desaceleração na inflação dos alimentos, embora positiva, não apaga o fato de que o custo de vida continua a pressionar o orçamento das famílias brasileiras.
A alimentação no domicílio subiu 0,59% em março, uma queda em relação aos 1,12% de fevereiro, mas ainda substancial.
Além disso, a alimentação fora do domicílio também desacelerou, passando de 0,49% em fevereiro para 0,35% em março. Contudo, variações como o aumento de 0,66% nos lanches contrastam com a modesta variação de 0,09% nas refeições, o que pode indicar uma dinâmica de preços ainda preocupante no setor alimentício.