Lula quer ‘impostozinho’ em carnes nobres e ‘diferenciação’ para ‘as carnes que o povo come’

Nesta terça-feira (2), em Salvador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sugeriu que o Congresso Nacional isente carnes consideradas de segunda categoria da cobrança de impostos. Em entrevista, o petista defendeu que cortes e proteínas de animais que fazem parte do cotidiano da alimentação da população devem ser incluídos entre os itens da cesta básica, que terão alíquota zero na regulamentação da Reforma Tributária.

Lula destacou a necessidade de isentar cortes bovinos como músculo, acém e coxão mole, além de ovos, argumentando que devem continuar sendo taxadas as carnes “chiques” e importadas. Esta última categoria possivelmente inclui a picanha bovina, amplamente mencionada durante sua campanha presidencial em 2022, que, segundo a nova proposta, deve continuar distante da mesa de seus eleitores mais pobres.

“Acho que nós temos que fazer uma diferenciação. Você tem vários tipos de carne. Chique, de primeiríssima qualidade, que o cara que consome pode pagar o imposto, e você tem o outro tipo de carne que é a carne que o povo consome. Frango, por exemplo, não precisa ter imposto, faz parte do dia a dia do povo brasileiro, ovo. Então, um músculo, acém, coxão mole, tudo isso pode ser evitado”, afirmou o presidente, evidenciando uma postura menos ambiciosa do que a apresentada durante sua campanha.

Lula mencionou ter discutido o tema com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com membros do Banco Central e do Tesouro Nacional. “A gente precisa colocar a carne na cesta básica sim, sem que haja imposto. Você pode separar a carne, selecionar, você vai comprar uma coisa importada, chique, tem que pagar imposto. Eu estou falando do imposto do povo brasileiro, mais humilde, trabalhador, classe média baixa”, detalhou Lula.

No Congresso, já há consenso entre os deputados que analisam a regulamentação do primeiro texto da Reforma Tributária sobre a inclusão das carnes mais acessíveis na cesta básica, com alíquota zero. A expectativa é que o texto seja votado até 17 de julho, conforme o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

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