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“Me reservo ao direito”: Senador de SC encara Moraes no STF e clima fica tenso

Esperidião Amin enfrenta Moraes no STF, defende voto auditável e cita relatório da PF em julgamento de Anderson Torres.

Publicado em 06/06/2025 09h50
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O clima ficou tenso no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta semana, durante o depoimento do senador catarinense Esperidião Amin (PP) no julgamento de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça. Convocado como testemunha de defesa, Amin foi direto, firme e não se intimidou com a postura do ministro Alexandre de Moraes, que conduzia a sessão.

Logo no início do depoimento, ao abordar o tema do voto impresso e auditável, o senador fez menção a um relatório técnico da Polícia Federal que, segundo ele, recomenda mecanismos de auditoria mais seguros para o processo eleitoral. Amin citou inclusive o item, a data e o número de páginas do documento. Mas não parou por aí.

Moraes, visivelmente incomodado com o tom da fala, tentou intervir e chamou a atenção do parlamentar:
— “Testemunha, por favor, responda especificamente as questões feitas pelo doutor Rafael”, disse o ministro.

O senador, no entanto, não recuou:
— “Eu posso complementar. Se eu considerar necessário, eu me reservo ao direito de complementar”, respondeu, mantendo o tom.

A cena foi transmitida ao vivo e acompanhada por diversos parlamentares e pelo próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, citado na ação como suposto articulador de uma tentativa de golpe — tese que ainda divide opiniões e não foi comprovada judicialmente até o momento.

A postura de Amin chamou atenção principalmente por sua firmeza diante de um dos ministros mais poderosos da Corte. Sem alterar a voz, o senador defendeu sua posição com base legal e reforçou:
— “Voto auditável é democracia com responsabilidade. É transparência, não desconfiança. E quem não teme a verdade, não teme ser auditado.”

Ele ainda acrescentou que sempre defendeu eleições limpas, respeito à vontade popular e instituições que sirvam ao povo, e não o contrário.

O julgamento de Anderson Torres segue em andamento, e o episódio desta semana expôs, mais uma vez, o embate entre parlamentares críticos à atuação do STF e os próprios ministros, que têm conduzido ações com base em relatórios da Polícia Federal, depoimentos de investigados e documentos colhidos ao longo das investigações.

Em meio à polarização, o tema do voto auditável volta a ganhar destaque. Amin afirma que a proposta não é retrocesso, mas uma forma de dar mais segurança ao eleitor e evitar que desconfianças, mesmo infundadas, sejam usadas como combustível para narrativas de ruptura institucional.

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Esperidião Amin enfrenta Moraes no STF, defende voto auditável e cita relatório da PF em julgamento de Anderson Torres.

Publicado em 06/06/2025 09h50
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O clima ficou tenso no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta semana, durante o depoimento do senador catarinense Esperidião Amin (PP) no julgamento de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça. Convocado como testemunha de defesa, Amin foi direto, firme e não se intimidou com a postura do ministro Alexandre de Moraes, que conduzia a sessão.

Logo no início do depoimento, ao abordar o tema do voto impresso e auditável, o senador fez menção a um relatório técnico da Polícia Federal que, segundo ele, recomenda mecanismos de auditoria mais seguros para o processo eleitoral. Amin citou inclusive o item, a data e o número de páginas do documento. Mas não parou por aí.

Moraes, visivelmente incomodado com o tom da fala, tentou intervir e chamou a atenção do parlamentar:
— “Testemunha, por favor, responda especificamente as questões feitas pelo doutor Rafael”, disse o ministro.

O senador, no entanto, não recuou:
— “Eu posso complementar. Se eu considerar necessário, eu me reservo ao direito de complementar”, respondeu, mantendo o tom.

A cena foi transmitida ao vivo e acompanhada por diversos parlamentares e pelo próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, citado na ação como suposto articulador de uma tentativa de golpe — tese que ainda divide opiniões e não foi comprovada judicialmente até o momento.

A postura de Amin chamou atenção principalmente por sua firmeza diante de um dos ministros mais poderosos da Corte. Sem alterar a voz, o senador defendeu sua posição com base legal e reforçou:
— “Voto auditável é democracia com responsabilidade. É transparência, não desconfiança. E quem não teme a verdade, não teme ser auditado.”

Ele ainda acrescentou que sempre defendeu eleições limpas, respeito à vontade popular e instituições que sirvam ao povo, e não o contrário.

O julgamento de Anderson Torres segue em andamento, e o episódio desta semana expôs, mais uma vez, o embate entre parlamentares críticos à atuação do STF e os próprios ministros, que têm conduzido ações com base em relatórios da Polícia Federal, depoimentos de investigados e documentos colhidos ao longo das investigações.

Em meio à polarização, o tema do voto auditável volta a ganhar destaque. Amin afirma que a proposta não é retrocesso, mas uma forma de dar mais segurança ao eleitor e evitar que desconfianças, mesmo infundadas, sejam usadas como combustível para narrativas de ruptura institucional.

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