POLÍTICA

“Tudo tu usa a desculpa do dinheiro”: escândalo de corrupção atinge deputado e prefeito em SC

Publicado em 13/06/2024 20h39

Palhoça – Em um dos maiores escândalos políticos recentes de Santa Catarina, o deputado estadual Camilo Martins (Podemos) se encontra no epicentro de uma grave investigação. Denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por corrupção, fraude em licitação, organização criminosa e lavagem de dinheiro, Martins enfrenta agora críticas não só da sociedade, mas também de sua própria esposa, Gabriela Martins. Uma interceptação de conversa entre o deputado e Gabriela revelou que até mesmo sua companheira condenaria as ações do marido.

A operação da Polícia Federal, deflagrada em setembro de 2022, desvendou um esquema de corrupção que teria operado entre 2014 e 2020. Além de Martins, o atual prefeito de Palhoça, Eduardo Freccia (PL), e outras sete pessoas foram denunciadas. A denúncia ocorreu nos últimos dias e tramita na 7ª Vara Federal de Florianópolis, descrevendo uma rede de conluio entre políticos e empresários, resultando em fraudes licitatórias e movimentações financeiras ilícitas.

De acordo com o MPF, empresas ligadas ao esquema receberam aproximadamente R$ 18 milhões da Prefeitura de Palhoça. Esses valores eram repassados a agentes públicos e ocultados através da aquisição de bens não declarados e pagamentos em espécie. O prefeito Eduardo Freccia, na época secretário de Infraestrutura, teria emitido atestados de capacidade técnica falsos para favorecer empresas específicas. Já Martins, então prefeito, é apontado como o mentor intelectual do esquema fraudulento.

As empresas administradas pelo empresário Maurício Savulski de Matos, supostamente o principal beneficiário do esquema, receberam montantes elevados da prefeitura, valores que foram ocultados mediante saques em espécie superiores a R$ 7 milhões e a aquisição de bens. Savulski contaria com o auxílio de sua irmã, Ana Karoline Savulski Rodrigues, e da funcionária Iara Rita Kraül para falsificação de orçamentos e propostas, simulando concorrências que nunca ocorreram de fato.

Em uma conversa interceptada, Gabriela Martins expressou sua desaprovação em relação às ações do marido, destacando a gravidade das acusações e a necessidade de uma resposta honesta. Ela enfatizou que as ações de Camilo estavam prejudicando não só sua carreira política, mas também a integridade de sua família. A conversa, incluída no relatório do MPF, mostra uma mulher preocupada e crítica, que se distanciou das atitudes ilegais atribuídas ao marido.

O esquema supostamente funcionava através da fraude em processos licitatórios, onde empresas eram utilizadas para simular concorrência e garantir vantagens indevidas para os envolvidos. A organização criminosa envolvia empresários, servidores públicos e outras figuras influentes que se associaram para manipular os resultados de licitações e desviar recursos públicos.

O esquema se baseava na simulação de concorrência em processos licitatórios. As empresas ETEC Construção e Terraplanagem ME, Sólida Serviços de Mão de Obra EIRELLI ME, Hang Serviços de Mão de Obra e ECCL Empresa de Mão de Obra na Construção Civil LTDA-EPP seriam utilizadas para criar orçamentos falsos e garantir que uma das empresas controladas pelos membros da organização criminosa vencesse a licitação. Os documentos de orçamentos eram elaborados por funcionários das empresas envolvidas, mas assinados como se fossem de outras empresas para simular uma concorrência legítima​​.

Além disso, diálogos entre os envolvidos foram interceptados, demonstrando a conivência e a coordenação entre os membros da organização criminosa. Essas conversas revelaram detalhes sobre a manipulação dos processos licitatórios e a distribuição dos recursos desviados​.

Em nota, o deputado Camilo Martins afirmou que seus advogados ainda não tiveram acesso completo ao processo e que confia na justiça para esclarecer os fatos. Martins defendeu a lisura de seus atos durante sua gestão na prefeitura de Palhoça e destacou que todas as informações serão prestadas às autoridades competentes.

O prefeito Eduardo Freccia, por meio de seu advogado, ressaltou que a investigação se refere a um processo licitatório de 2017, quando ele ainda era secretário, e que não tem relação com seu mandato atual como prefeito. Freccia também manifestou confiança na justiça e na imparcialidade do Poder Judiciário.

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