Colapso na saúde em SC: UTIs pediátricas estão 100% lotadas no SUS

Do Hospital Infantil Joana de Gusmão em Florianópolis até Tijucas, a rede estadual aparenta estar em colapso, com pacientes esperando anos por cuidados críticos e mães aterrorizadas sobre o futuro dos filhos

Colapso na saúde em SC: UTIs pediátricas estão 100% lotadas no SUS

Divulgação/ Redes sociais

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O estado de Santa Catarina está passando por uma grave crise no sistema de saúde público. Do Hospital Infantil Joana de Gusmão em Florianópolis até Tijucas, a rede estadual aparenta estar em colapso, com pacientes esperando anos por cuidados críticos e mães aterrorizadas sobre o futuro dos filhos.

No Hospital Infantil Joana de Gusmão, uma mãe já se encontra há 30 dias assistindo o filho batalhar contra a bronquiolite. Ela relata um pesadelo de entubação, reentubação e falta de recursos. Depois de um mês de internação, o bebê precisa de uma cirurgia, mas a falta de leitos de UTI disponíveis e recursos tem criado um cenário de desespero.

"Nem tenho mais lágrimas para chorar," desabafou a mãe. "O estado nervoso é só tremer, tremer e tremer."

O filho dela precisou ser transferido para um quarto devido à falta de leitos de UTI, o que aumentou ainda mais o medo de que ele não recebesse os cuidados necessários. A mãe, impotente, apelou por ajuda nas redes sociais.

Justamente nesta sexta-feira (26), data em que o filho dela completa um mês de internação, foi constatado que não existem leitos de UTI pediátricos disponíveis na rede pública de saúde de Santa Catarina. De 120, todos estão ocupados, e mais pessoas aguardam vagas.

Vale salientar que, atualmente, o estado conta com mais de 578.425 crianças, ou seja, seriam 4.820 pequenos por vaga de UTI pediátrica no estado.  

Para lidar com a grave situação, o governo do estado está buscando vagas na rede privada. 

Ao mesmo tempo, a crise de saúde se estende além da capital. Em Tijucas, Silvana de Fátima Rodrigues, 52 anos, diagnosticada com câncer de mama estágio 4 com metástase óssea, também luta contra fortes dores decorrentes de problemas na vesícula e hérnia. Ela aguarda uma cirurgia de laparoscopia há mais de três meses, com um prazo de espera de 2.067 anos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Apesar do governador Jorginho Mello garantir que vai eliminar a fila de espera até agosto deste ano, especialistas veem tais promessas com ceticismo. A falta de investimentos estatais em hospitais de grande porte, como o de Tijucas, tornou-se evidente e preocupante. 

A atual situação de crise na saúde estadual em Santa Catarina serve como um lembrete cruel da necessidade urgente de investimentos significativos e ação imediata. Como a mãe em Florianópolis implorou nas redes sociais: "Por amor de Deus, eu peço ajuda".

O Jornal Razão entrou em contato com a Secretaria de Saúde do estado e aguarda um posicionamento sobre os casos.