O Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, registrou um aumento de 84,5% no número de internações por doenças respiratórias entre janeiro e abril de 2025. No período, foram contabilizadas 677 internações, das quais 438 envolveram crianças com menos de dois anos de idade. Os dados são do Núcleo Hospitalar de Epidemiologia da unidade, vinculada à Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina.
A alta expressiva acontece em meio a uma ocupação de quase 70% nos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica da região da Grande Florianópolis. Até a última sexta-feira (2), apenas nove leitos estavam disponíveis, conforme levantamento do Centro de Informações Estratégicas para a Gestão do SUS em Santa Catarina (CIEGES/SC).
Diante do cenário de sobrecarga nos atendimentos e da circulação intensa de vírus como Influenza A, vírus sincicial respiratório (VSR) e rinovírus, a Prefeitura de Florianópolis decretou situação de emergência em saúde pública no dia 1º de maio. O decreto tem validade de 180 dias e foi motivado pelo crescimento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no município.
De acordo com a médica pediatra Flávia Maria Zandavalli, que atua no hospital, o aumento da demanda tem provocado superlotação. Ela orienta que, em situações de sintomas graves — como dificuldade para respirar, febre persistente e falta de ar — os responsáveis devem levar as crianças imediatamente à emergência. Já em quadros leves, a recomendação é procurar atendimento nas unidades básicas de saúde.
A Secretaria de Estado da Saúde reforça a importância da vacinação contra a gripe, principalmente entre crianças com idades entre seis meses e menos de seis anos, público prioritário da campanha de imunização. A vacina está disponível gratuitamente na rede pública e é considerada essencial para a redução de complicações e internações durante o outono e o inverno.