Uma suposta vítima de furto acabou sendo investigada por comunicação falsa de crime em Florianópolis. O caso aconteceu na tarde do dia 4 de junho, no Centro da cidade, e mobilizou policiais militares e até o sistema de monitoramento da capital catarinense.
Segundo a Polícia Militar, uma mulher procurou uma base da corporação por volta das 16h, alegando que seu carro teria sido furtado. Ela contou que havia estacionado o veículo na rua Arcipreste Paiva, em frente a uma agência bancária, e que, ao retornar, o automóvel não estava mais no local.
Diante da denúncia, os policiais fizeram consultas no sistema e acionaram a empresa de guincho conveniada para verificar se o carro havia sido removido por infração. Nenhuma remoção foi constatada. Por isso, os agentes registraram o boletim de furto e iniciaram buscas.
No entanto, imagens das câmeras da Central Regional de Emergência mostraram algo completamente diferente. As gravações revelaram que o carro foi estacionado por volta das 10h39 da manhã, e não às 14h, como havia sido relatado pela denunciante.

Pior: às 14h11, a mesma mulher aparece abrindo o porta-malas do veículo, colocando sacolas, entrando no carro e saindo dirigindo normalmente. Minutos depois, ela surge novamente nas imagens, voltando a pé para o local onde afirmou que o veículo teria sido furtado — e falando ao telefone.
A sequência de imagens contraditórias levantou suspeitas imediatas entre os policiais. A mulher, que falava constantemente ao telefone com o ex-marido, mencionou que não usava mais um dos sobrenomes registrados no sistema, o que levantou a possibilidade de um processo de separação em andamento. O carro, segundo ela própria afirmou, possui seguro.
Com base nas contradições e no material visual obtido, a Polícia Militar concluiu que a situação poderia se tratar de um golpe de seguro. O caso foi registrado como comunicação falsa de crime, e o boletim foi lavrado.
A Polícia Militar reforçou que o uso indevido de recursos públicos e o acionamento indevido das forças de segurança pode configurar crime, com consequências legais para quem tentar enganar o sistema. O caso será encaminhado às autoridades competentes para investigação mais aprofundada.