Grupos comunistas que atuam em Santa Catarina fazem convocação explícita para migrantes do Norte e Nordeste ocuparem terras no Estado. Em vídeos e publicações nas redes sociais, líderes da Ocupação Elizabeth Teixeira e da Ocupação Carlos Marighella afirmam não reconhecer “compromissos com o Governo Federal, Governo Estadual ou Superintendência do Patrimônio da União (SPU)”, deixando claro que a única lealdade é “com a classe trabalhadora”.
Nas falas registradas, o militante Filipe Bezerra pede a adesão de paraenses, pernambucanos, maranhenses e baianos, além de outros nordestinos e nortistas que vivem em Santa Catarina, defendendo uma “ofensiva” contra o Estado e afirmando que, se necessário, irão “ocupar tudo”.
Segundo ele, o objetivo é organizar “trabalhadores migrantes” que se sentem “explorados” em fábricas, shoppings, supermercados e obras da construção civil. “Se a gente produz a riqueza aqui, a gente merece usufruir da riqueza aqui”, declarou.
O movimento reforça que não aceitará negociações sem avanços concretos em políticas de moradia. Bezerra ainda afirma que a luta “está só começando” e promete mudanças profundas no Estado nos próximos dez anos, caso a mobilização avance.
A narrativa dos grupos comunistas confronta diretamente o governador Jorginho Mello (PL) e desafia órgãos federais, reforçando que seguirão ocupando áreas públicas e privadas até que o governo apresente “soluções definitivas de habitação”.