Na noite de segunda-feira (9), o auditório da FAED, na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), recebeu o debate entre as três chapas que disputam o Diretório Central dos Estudantes (DCE). O encontro, que deveria servir para apresentação de propostas, terminou com gritaria, acusações e até intervenção policial.
Durante as falas mais tensas, os ânimos se exaltaram entre os apoiadores da Chapa 1 e da Chapa 3. Os embates se intensificaram especialmente após falas de Isabella Ribas (Chapa 1) e Bernardo Locks (Chapa 3), que provocaram reações acaloradas do público.
Ao fim do evento, apoiadores da Chapa 3 denunciaram que foram cercados por um grupo com mais de 20 estudantes, sofreram xingamentos, empurrões e gritos como “recua, fascista” e “quero ver Bolsonaro na prisão”. Segundo os relatos, uma das pessoas encurraladas era uma mulher.
A Polícia Militar foi chamada para conter os ânimos. Após a chegada dos agentes, o público se dispersou e a situação foi controlada.
Nas redes sociais, o episódio virou motivo de deboche. Uma das publicações dizia: “PM veio só pra acabar com a reunião das capivaras”. Outra afirmava: “É isso que acontece quando o fascismo pisa na UDESC. Os estudantes expulsam ele!”.
Kauã Henrique Martins, secretário-geral da Chapa 3, criticou o desfecho do debate:
“Era para ser um espaço de ideias. Virou palco de intolerância e covardia.”
Pouco depois, circularam vídeos e mensagens acusando Kauã de ter feito uma saudação nazista no auditório. A imagem mostra ele com o braço estendido, em um gesto que, segundo a chapa, foi apenas um pedido de silêncio. A equipe jurídica trata o episódio como um possível caso de injúria.
O diretor-geral da Chapa 3, Bernardo Locks, afirmou:
“Estão naturalizando agressões dentro das universidades. Existem limites que não podem ser ultrapassados, mesmo com divergência ideológica.”
As eleições para o DCE da UDESC acontecem nesta terça (10) e quarta-feira (11), com votação nos diversos centros da universidade.