A utilização de armas improvisadas dentro de presídios é uma realidade constante no sistema carcerário brasileiro. No motim ocorrido na última sexta-feira (14) na Penitenciária de Canhanduba, em Itajaí, detentos usaram materiais simples disponíveis na unidade para fabricar armamentos artesanais, incluindo lâminas feitas a partir de partes afiadas de ventiladores.
De acordo com o capitão Bruno Alves, do Bope, esse tipo de armamento é comum dentro das penitenciárias e representa um grande desafio para a segurança. “Os presos utilizam objetos que, à primeira vista, não parecem ameaçadores, mas são transformados em armas letais”, afirmou.
Entre os itens mais utilizados na fabricação dessas armas estão escovas de dentes endurecidas e afiadas, pedaços de metal retirados de camas e grades, plásticos derretidos moldados como facas e até lâminas feitas com vidros quebrados ou fragmentos de ventiladores.
Em algumas situações, fios elétricos são usados como garrotes para enforcamento, e tubos de caneta são transformados em dispositivos perfurantes.
O uso desses objetos é uma forma de os detentos garantirem defesa dentro das celas ou cometerem agressões contra outros presos e agentes penitenciários. Em motins como o de Canhanduba, eles também se tornam ferramentas de intimidação para manter reféns e forçar negociações com as autoridades.
A constante apreensão desses armamentos pelas forças de segurança mostra como os presos conseguem driblar as restrições da unidade e utilizar materiais comuns para criar itens perigosos. Apesar das revistas periódicas e do monitoramento, a criatividade dos detentos desafia as equipes de segurança e impõe riscos diários dentro do sistema carcerário.