A mãe da menina de 4 anos vítima de um suposto abuso sexual em Garuva, no Norte de Santa Catarina, relatou ao Jornal Razão como agiu ao descobrir o que teria acontecido com sua filha. O caso gerou forte repercussão após vídeos circularem em redes sociais mostrando o momento em que ela confronta o suspeito, que morava na residência da família há cerca de dois anos.
Segundo a mulher, o homem era próximo da criança e se comportava como figura paterna. “Esse maldito morava comigo… ia fazer dois anos… eu confiei nele… ele me ajudava… ajudava ele… a menina era muito apegada a ele… ele fazia um papel de pai porque tratava muito bem a menina… comprava as coisas… cuidava igual um pai… a menina chamava ele de pai”, afirmou.
O vídeo que motivou a denúncia teria sido mostrado à mãe por uma vizinha por volta de 13h. Segundo ela, o suspeito estava fora de casa naquele momento. “Quando eu vi o vídeo… eu fiquei em trauma… porque eu estou grávida… comecei a gritar, a chorar… foi meu namorado que me acalmou… me abraçou, me trouxe pra dentro de casa, me deu um copo de água e mandou eu me acalmar por causa do meu bebê que estou esperando.”
Após se recompor, ela decidiu buscar ajuda policial. “Pedi pro meu namorado me levar até a delegacia… cheguei lá antes das duas horas… fiz o B.O., levei os vídeos que tinham me mandado… inclusive o da minha filha.”
Ao sair da delegacia, ela tentou acionar o Conselho Tutelar. “Passei na frente do Conselho Tutelar e estava fechado… pedi o número no grupo de Garuva… mandei mensagem… perguntei onde eles estavam… disseram que estavam atrás de mim… eu também estava atrás deles.”
Mesmo sem encaminhamento formal, a mãe decidiu procurar atendimento médico por conta própria. “Eu estava com o papel do ML que a delegacia me deu… perguntei pro Conselho se era bom levar minha filha no hospital… disseram que sim, mas não me encaminharam… eu fui sozinha, trouxe minha filha, troquei de roupa e levei no P.A. com o boletim de ocorrência.”
Na unidade de saúde, ela afirma que foi orientada a seguir para Joinville. “Ali mandaram minha filha pro hospital em Joinville… fiz todos os exames, inclusive os de sangue… tudo o que me orientaram, eu fiz.”
Ela conta que ainda está abalada com a situação e que nunca imaginou que isso poderia ocorrer dentro de sua casa. “Quando a vizinha me mostrou o vídeo, entrei em choque… em pânico… ele era uma pessoa que eu não esperava isso… nunca suspeitei… sempre conversava com minha filha, orientava… ninguém mexe com você… sempre fiz isso com meus filhos.”
“Eu tenho minha família, meu emprego… estou grávida… estou tentando lidar com tudo isso. Nunca fiz mal nenhum aos meus filhos… sempre lutei por eles”, finalizou.
A Polícia Civil investiga o caso em sigilo. O suspeito ainda não foi preso, mas pode ter a prisão decretada nos próximos dias. A criança segue em acompanhamento médico e psicológico.