Um morador de Maringá, no norte do Paraná, procurou a polícia na última quinta-feira, 02, para denunciar que teve a casa invadida por uma família.
O imóvel, que está à venda, fica localizado no Residencial Tuiuti e, segundo ele, a invasão ocorreu por volta das 21h. Como os policiais informaram que nada poderia ser feito, o proprietário aproveitou a ausência dos invasores na tarde deste sábado (4), para colocar todos os pertences da família para fora.
“Um amigo meu passou na frente, viu, e me ligou. Ele perguntou se eu tinha alugado ou vendido a casa e eu falei que não. Ele disse que então estavam invadindo a minha casa. Eu peguei o carro, desci lá, vi o pessoal lá dentro e liguei pra polícia. Aí a polícia pediu pra não ficar na frente do imóvel, que é perigoso ter algum conflito, aí eu saí, fiquei esperando a viatura. A viatura chegou, aí ficou aquela discussão ali na frente, falaram que não podiam retirar eles, e aí hoje eu pensei em chamar a imprensa pra ver o que poderiam fazer pra me ajudar. Mas a mulher falou que foi o Cras que falou pra ela invadir, que ela não ia sair da casa, que ela tem criança. Agora eu estou pagando energia pra eles, água… estão tudo lá usando dentro da minha casa”, disse em entrevista, no dia da invasão.
Segundo o proprietário, a casa foi invadida por dois homens, uma mulher e quatro crianças. Na sexta-feira, outras duas mulheres estavam dentro da casa. “Já estavam limpando, arrumando a casa pra morar lá”, disse.
Ainda conforme o dono da casa, a informação é de que as pessoas sejam de Maringá.
“Parece que eles foram expulsos de outra casa já ali pelo conjunto mesmo, e aí invadiram essa. Mas o que mais tá pegando é essa questão do Cras, que falou que foi o Cras que mandou entrar dentro da casa, pra eles invadirem”.
O proprietário do imóvel registrou um boletim de ocorrência. Neste sábado, ele teria aproveitado o momento em que a família saiu do local, para levar a mudança até a calçada. Todos os móveis foram retirados do local.
“Não tenho para onde ir com as crianças”, diz mulher que invadiu a casa
Em entrevista à Rede Massa, uma das mulheres que invadiu a casa disse que está no imóvel com quatro crianças, e que o marido, a avó dela e um outro rapaz estão no local para ajudar com a organização. Ela disse que está desempregada e não tem para onde ir com as crianças, e que foi orientada pelo Cras a invadir outra propriedade depois de ter sido despejada de onde estava.
“Eu tenho inscrição (no Cras), e uma amiga minha falou pra eu invadir uma casa, porque o Cras tem que dar minha casa. Aí eu conversei com a assistente social e ela falou que o melhor é eu tentar entrar em uma casa que assim eu consigo uma casa mais rápido”.
Questionada se teria sido orientada para invadir aquela casa especificamente, ela disse que não.
“Eu passei por aqui, vi a casa, e falei: é essa daqui. É como eu falei pro dono da casa, não foi por querer a casa dele, porque se eu não tivesse invadido essa tinha invadido outra. Eu não ia ficar na rua com as minhas filhas”.
Em nota, a prefeitura afirmou que não há orientação para ocupação de imóveis na cidade.
“A Prefeitura de Maringá, por meio da Secretaria de Assistência Social, informa que não há orientação para ocupação de imóveis de forma irregular. Os Centros de Referência da Assistência Social (Cras) são responsáveis pela organização e oferta dos serviços socioassistenciais, promovendo o acolhimento, a convivência e a socialização. As unidades oferecem serviços de proteção social básica, como o Cadastro Único, que permite o acesso a diversos programas sociais para a população em situação de vulnerabilidade social. No local, as famílias recebem orientações sobre seus direitos e são encaminhadas para a rede de Assistência Social e outras políticas públicas. O município destaca que a mulher é acompanhada pelos serviços da Secretaria de Assistência Social e possui benefícios socioassistenciais”, diz a nota.
Com informações da Rede Massa e GMCOnline.