No último domingo, dia 23, um atendimento médico deixou uma mãe apavorada em Canelinha. Durante a consulta, um médico pediu que a criança de apenas 9 anos, que apresentava dores abdominais, tirasse toda a roupa. Além disso, o médico mostrou conversas em seu celular, dizendo que havia mulheres querendo sair com ele, e perguntou à mãe da criança o que ela achava disso. O atendimento resultou na demissão do médico.
A mãe canelinhense levou sua filha ao hospital do município, buscando tratamento para as dores abdominais da criança. Durante a consulta, o médico solicitou que a criança se despir, e a mãe, acreditando que isso fosse parte do procedimento médico, permitiu. Em seguida, o médico afirmou saber a causa das dores e iniciou uma reza, colocando a mão na cabeça da criança e pedindo que ela repetisse as palavras.
Segundo relatos da mãe, o médico pediu para a criança tirar toda a roupa, ficando apenas de calcinha, e mandou fechar a porta do consultório. Dr. Wilson afirmou que a menina tinha uma hérnia e que eles iriam fazer uma oração para que o “papai do céu tirasse os pecados da mãe”.
Após a reza, o médico pegou seu celular e mostrou conversas com mulheres que, segundo ele, queriam sair com ele, mesmo sendo casado. Ele perguntou à mãe o que ela achava dessa situação.
Ao sair do consultório, a mãe questionou outros profissionais da recepção se aquela era uma conduta médica correta. O médico, percebendo o questionamento, chamou a mulher de louca. A mãe acionou a polícia militar, que registrou um boletim de ocorrência a seu pedido.
A mãe procurou o conselho tutelar de Canelinha, que encaminhará o caso ao Ministério Público, uma vez que a criança foi submetida a constrangimento, conforme previsto no Art. 232 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A pena prevista para esse tipo de infração é de detenção de seis meses a dois anos.
O médico em questão foi demitido, e o caso segue sendo investigado pelas autoridades competentes.
Confira na íntegra a nota do hospital:
A Fundação Hospitalar Municipal de Canelinha, juntamente com a empresa MP Qualimed, sempre comprometidas com o dever e o respeito à nossa comunidade, vêm por meio desta prestar esclarecimentos à população canelinhense.
Em virtude das condutas médicas ocorridas no dia 23 de abril de 2023, bem como da grande repercussão midiática, a diretora Vanderléia Rosa e o proprietário da empresa, Julio Cesar de Oliveira, informam que estão investigando toda a situação para apurar os fatos e já procederam com a dispensa do médico responsável.
Diante disso, a Fundação Hospitalar Municipal de Canelinha e a empresa MP Qualimed se comprometem a investigar qualquer denúncia apresentada pela comunidade e pelos pacientes, pois são contrárias a qualquer conduta que fuja da ética exigida pela profissão.
Além disso, serão tomadas providências nos próximos dias para restabelecer o padrão de qualidade no atendimento e prestação de serviços na Fundação, uma vez que se trata de um serviço essencial.
Por fim, a Fundação e a empresa se solidarizam com a paciente e seus familiares, estando dispostas a auxiliá-los e prestar maiores esclarecimentos acerca da situação ocorrida.
Reportagem: Jornal Razão / Com informações do Olho Vivo Can