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Ele dizia amar crianças. A polícia descobriu por quê: pedófilo era professor em creche de Florianópolis

Professor preso por crimes contra crianças em creche de Florianópolis usava redes para pregar respeito a pessoas trans e inclusão social.

Publicado em 02/07/2025 14h17 | Atualizado há 8 dias
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Ele se apresentava como defensor de causas sociais, publicava fanarts com mensagens sobre inclusão de pessoas trans, postava tirinhas exaltando adoção simbólica e convívio com crianças. Tinha uma estética digital cuidadosamente construída: personagens infantis, frases doces e uma constante militância afetiva. No entanto, por trás desse verniz colorido, se escondia uma rotina de abusos contra crianças em uma creche pública de Florianópolis.

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O investigado foi identificado como Allec Sander de Oliveira Ribeiro, de 34 anos. Ele trabalhava como auxiliar de sala no NEIM Nossa Senhora de Lourdes, no bairro Agronômica, e foi preso pela Polícia Civil de Santa Catarina sob acusação de produzir e armazenar pornografia infantil — inclusive dentro do ambiente escolar.

As investigações, iniciadas após denúncias feitas por pais, revelaram que o servidor público teria abusado de pelo menos seis crianças com idades entre quatro e seis anos, durante o horário em que ficava sozinho com os alunos, enquanto a professora regente saía para o intervalo de almoço.

Abusos sistemáticos e estratégia de ocultação

Apuração exclusiva do Jornal Razão revela que o acusado aproveitava os períodos de descanso das crianças para agir sem ser percebido. Segundo relatos obtidos pela nossa equipe, o investigado tocava as crianças enquanto elas dormiam e registrava as cenas com seu celular. Os abusos, segundo uma das mães, ocorreram por meses até que a criança, de forma espontânea, contou o que acontecia.

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Outras famílias fizeram denúncias semelhantes nos dias seguintes. A conduta sempre se repetia: atuação isolada, silêncio, vítimas sempre do sexo masculino. Conforme a Polícia Civil, o próprio investigado teria admitido que sentia atração por meninos, fato que está sendo analisado junto ao material apreendido.

Na casa do acusado, os policiais encontraram mais de 6 mil arquivos de pornografia infantil, e ao menos três HDs ainda estão em análise. Parte dos arquivos foi produzida dentro da creche onde ele trabalhava.

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Imagem pública de militância e “afetividade”

A persona digital de Allec reforçava uma imagem de simpatia com causas identitárias. Em uma das postagens, compartilhou a arte de um personagem segurando a bandeira trans com a frase: “Pessoas trans são incríveis e sempre válidas.” Em outro post, encomendado a um artista, aparecem personagens infantis da Nintendo, como Peach e Peachette, desenhadas em tom de “fofura”.

Publicações como essas formavam um padrão comum em seus perfis: temas LGBTQIAPN+, adoção simbólica, empatia com “crianças-monstro” e elogios à paternidade não tradicional. Tudo isso, agora, passou a ser visto como parte de uma possível estratégia de mascarar condutas criminosas e se aproximar emocionalmente de universos infantis.

Esse contraste entre o discurso público e os crimes concretos levanta um alerta que parte da sociedade já vinha apontando: a apropriação de causas sociais para construir um escudo moral, ao mesmo tempo em que se comete os atos mais graves possíveis contra inocentes.

A resposta da Prefeitura

A Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis informou que a denúncia chegou no dia 5 de junho, e que o servidor foi afastado imediatamente. No dia 6, foi instaurado processo administrativo disciplinar e o caso foi enviado à Controladoria-Geral do Município. A vaga deixada pelo acusado foi imediatamente preenchida e equipes de acolhimento passaram a prestar apoio às famílias afetadas.

A prefeitura afirma colaborar com a investigação desde o início e reforçou que a proteção das crianças é prioridade absoluta da gestão.

Justiça e indignação

Até o momento, seis vítimas foram formalmente reconhecidas. A Polícia Científica analisa os dispositivos apreendidos e, segundo a delegacia responsável, o número de arquivos pode ultrapassar 10 mil registros.

O acusado está preso preventivamente e deve responder por crimes de produção, armazenamento de pornografia infantil e estupro de vulnerável. A pena pode ultrapassar os 20 anos de prisão.

O caso provocou forte reação pública, principalmente após a exposição de sua conduta digital e as contradições entre o discurso progressista que sustentava e os crimes cometidos. Para muitos pais, fica o alerta: nem todo discurso afetuoso é sinônimo de segurança. Às vezes, é justamente onde menos se desconfia que mora o perigo.

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Ele dizia amar crianças. A polícia descobriu por quê: pedófilo era professor em creche de Florianópolis

Professor preso por crimes contra crianças em creche de Florianópolis usava redes para pregar respeito a pessoas trans e inclusão social.

Por Lorran Barentin, Jornal RazãoSanta Catarina

Publicado em 02/07/2025 14h17 | Atualizado há 8 dias
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Ele se apresentava como defensor de causas sociais, publicava fanarts com mensagens sobre inclusão de pessoas trans, postava tirinhas exaltando adoção simbólica e convívio com crianças. Tinha uma estética digital cuidadosamente construída: personagens infantis, frases doces e uma constante militância afetiva. No entanto, por trás desse verniz colorido, se escondia uma rotina de abusos contra crianças em uma creche pública de Florianópolis.

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O investigado foi identificado como Allec Sander de Oliveira Ribeiro, de 34 anos. Ele trabalhava como auxiliar de sala no NEIM Nossa Senhora de Lourdes, no bairro Agronômica, e foi preso pela Polícia Civil de Santa Catarina sob acusação de produzir e armazenar pornografia infantil — inclusive dentro do ambiente escolar.

As investigações, iniciadas após denúncias feitas por pais, revelaram que o servidor público teria abusado de pelo menos seis crianças com idades entre quatro e seis anos, durante o horário em que ficava sozinho com os alunos, enquanto a professora regente saía para o intervalo de almoço.

Abusos sistemáticos e estratégia de ocultação

Apuração exclusiva do Jornal Razão revela que o acusado aproveitava os períodos de descanso das crianças para agir sem ser percebido. Segundo relatos obtidos pela nossa equipe, o investigado tocava as crianças enquanto elas dormiam e registrava as cenas com seu celular. Os abusos, segundo uma das mães, ocorreram por meses até que a criança, de forma espontânea, contou o que acontecia.

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Outras famílias fizeram denúncias semelhantes nos dias seguintes. A conduta sempre se repetia: atuação isolada, silêncio, vítimas sempre do sexo masculino. Conforme a Polícia Civil, o próprio investigado teria admitido que sentia atração por meninos, fato que está sendo analisado junto ao material apreendido.

Na casa do acusado, os policiais encontraram mais de 6 mil arquivos de pornografia infantil, e ao menos três HDs ainda estão em análise. Parte dos arquivos foi produzida dentro da creche onde ele trabalhava.

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Imagem pública de militância e “afetividade”

A persona digital de Allec reforçava uma imagem de simpatia com causas identitárias. Em uma das postagens, compartilhou a arte de um personagem segurando a bandeira trans com a frase: “Pessoas trans são incríveis e sempre válidas.” Em outro post, encomendado a um artista, aparecem personagens infantis da Nintendo, como Peach e Peachette, desenhadas em tom de “fofura”.

Publicações como essas formavam um padrão comum em seus perfis: temas LGBTQIAPN+, adoção simbólica, empatia com “crianças-monstro” e elogios à paternidade não tradicional. Tudo isso, agora, passou a ser visto como parte de uma possível estratégia de mascarar condutas criminosas e se aproximar emocionalmente de universos infantis.

Esse contraste entre o discurso público e os crimes concretos levanta um alerta que parte da sociedade já vinha apontando: a apropriação de causas sociais para construir um escudo moral, ao mesmo tempo em que se comete os atos mais graves possíveis contra inocentes.

A resposta da Prefeitura

A Secretaria Municipal de Educação de Florianópolis informou que a denúncia chegou no dia 5 de junho, e que o servidor foi afastado imediatamente. No dia 6, foi instaurado processo administrativo disciplinar e o caso foi enviado à Controladoria-Geral do Município. A vaga deixada pelo acusado foi imediatamente preenchida e equipes de acolhimento passaram a prestar apoio às famílias afetadas.

A prefeitura afirma colaborar com a investigação desde o início e reforçou que a proteção das crianças é prioridade absoluta da gestão.

Justiça e indignação

Até o momento, seis vítimas foram formalmente reconhecidas. A Polícia Científica analisa os dispositivos apreendidos e, segundo a delegacia responsável, o número de arquivos pode ultrapassar 10 mil registros.

O acusado está preso preventivamente e deve responder por crimes de produção, armazenamento de pornografia infantil e estupro de vulnerável. A pena pode ultrapassar os 20 anos de prisão.

O caso provocou forte reação pública, principalmente após a exposição de sua conduta digital e as contradições entre o discurso progressista que sustentava e os crimes cometidos. Para muitos pais, fica o alerta: nem todo discurso afetuoso é sinônimo de segurança. Às vezes, é justamente onde menos se desconfia que mora o perigo.

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