Ele não tinha farda. Nem treinamento. Nem caveira no peito. Mas andava dizendo por aí que era do BOPE — o temido Batalhão de Operações Policiais Especiais da PM. Mostrava fotos com armas, falava de operações, e até prometia “proteção total” se algo acontecesse.
Parecia cena de filme. Mas era só atuação.
O caso aconteceu em Santa Catarina e envolve um traficante condenado, que tentou conquistar uma mulher fingindo ser policial de elite. Ele frequentava uma academia onde a vítima também treinava e, aos poucos, passou a criar uma história digna de roteiro de cinema — com direito a arma na mochila, carro potente (que não era dele) e até visita “misteriosa” à casa do sogro da moça.
De acordo com a polícia, o homem foi preso em 2016 e já cumpriu pena. Depois disso, começou a circular na academia, se dizendo integrante do BOPE — sim, o mesmo da caveira, do “pede pra sair” e do filme Tropa de Elite. Só que, no lugar do Capitão Nascimento, o que ele tinha mesmo era um Corsa estourado.
“Ele queria impressionar. Mostrava fotos de armas, dizia que era do BOPE. Uma vez mostrou até uma mochila com o que parecia ser uma arma. Disse que podia proteger a moça, que tinha contatos.”
A mulher ficou desconfiada e procurou a polícia. Investigando o nome dele, descobriram os antecedentes. Foi armada uma vigilância, mas ele não apareceu. Só na última quarta-feira ele foi localizado de novo — na academia.
Resultado: nada de arma, nada de moto, nada de caveira. Só conversa fiada.
“A tal motocicleta era da suposta namorada. O carro dele era um Corsa todo estourado. E a arma… disse que era de brinquedo.”
Ele foi conduzido à delegacia, onde confessou que mentiu pra tentar conquistar a mulher. Foi autuado por falsidade ao se passar por funcionário público — uma contravenção penal — e foi liberado após os procedimentos.
O homem também usava um adesivo colado na perna, tentando simular algum tipo de identificação tática. Mas nada além disso. Nenhum documento, farda ou vínculo com qualquer corporação.