Poucos dias antes de morrer, o Papa Francisco fez uma doação pessoal no valor de 200 mil euros — cerca de R$ 1,3 milhão — para apoiar projetos voltados a pessoas privadas de liberdade na Itália. A informação foi divulgada por Benoni Ambarus, bispo auxiliar de Roma, que acompanhou o pontífice em sua última visita a uma unidade prisional.
O dinheiro foi transferido diretamente da conta bancária do Papa e teve como principal destino a fábrica de massas do centro de detenção juvenil Casal del Marmo, que enfrentava dificuldades financeiras.
O local corria o risco de encerrar as atividades devido a uma hipoteca não quitada. Segundo Ambarus, ao saber da situação, Francisco afirmou: “Estou quase sem dinheiro, mas ainda tenho algo na minha conta”, e autorizou a doação.
Parte do valor também foi direcionada a projetos sociais desenvolvidos no complexo penitenciário de Rebibbia, também localizado em Roma. A ação é considerada um dos últimos gestos concretos do Papa em favor da população carcerária, uma das prioridades de seu pontificado.
A doação ocorreu poucos dias depois da última visita oficial de Francisco à prisão de Regina Coeli, realizada durante a celebração da Quinta-feira Santa. Na ocasião, devido ao estado de saúde fragilizado, o Papa não participou do tradicional ritual do lava-pés, mas conversou com os detentos e destacou a importância da esperança e do perdão.
Durante os 12 anos de pontificado, Francisco manteve uma atuação constante em defesa dos presos, com visitas frequentes a unidades prisionais, encontros com familiares de detentos e ações simbólicas, como a abertura da Porta Santa na penitenciária de Rebibbia, no fim de 2024, marcando o início do Jubileu de 2025.