Com sinal verde do Conselho de Administração e a reclamação prévia do presidente Jair Bolsonaro, a Petrobras anunciou nesta sexta-feira, 17, reajuste nos preços do diesel e da gasolina.
Segundo a estatal, a partir de sábado, a gasolina passa de 3,86 reais para 4,06 reais nas refinarias. Já o diesel sobe de 4,42 reais para 5,05 reais.
No caso da gasolina, o reajuste foi feito 99 dias depois do último (em março) e sobem o preço nas refinarias em 5,2%. Já o diesel tem novo reajuste depois de 39 dias, subindo em 14,25%.
A companhia utiliza uma política de paridade de preços internacionais, que leva em conta o preço do barril do petróleo e o câmbio para precificar a gasolina e o diesel nas refinarias. E, apesar dos três reajustes feitos no diesel no ano e os dois na gasolina, os combustíveis aqui ainda estão defasados. Segundo o levantamento da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), em 13 de junho, a gasolina está defasada em 14% e o diesel em 18% — percentual acima dos índices anunciados nessa sexta.
A chamada política Preço de Paridade de Importação (PPI) foi adotada em 2016, quando Pedro Parente assumiu a presidência da companhia, com o intuito de recuperar a petrolífera dos prejuízos amealhados a partir do uso da estratégia de preços da empresa para controlar a inflação, durante o governo de Dilma Rousseff.
Na expectativa do anúncio do aumento, Bolsonaro usou suas redes sociais para voltar a criticar a petroleira. “O Governo Federal como acionista é contra qualquer reajuste nos combustíveis”, afirmou. Bolsonaro afirma que a estatal “pode mergulhar o Brasil num caos” e usou como argumento a greve dos caminhoneiros em 2018, que parou os transportes do país por dez dias entre maio e junho daquele ano.
No comunicado divulgado a empresa com os novos preços nas refinarias, a Petrobras afirma que “é sensível ao momento em que o Brasil e o mundo estão enfrentando e compreende os reflexos que os preços dos combustíveis têm na vida dos cidadãos”. A empresa afirmou que, por isso, tem buscado o equilíbrio com o mercado global e sem fazer o repasse imediato para os preços do mercado interno.
“Esse posicionamento permitiu à Petrobras manter preços de GLP estáveis por até 152 dias; de diesel por até 84 dias; e de gasolina por até 99 dias. Esta prática não é comum a outros fornecedores que atuam no mercado brasileiro que ajustam seus preços com maior frequência, tampouco as maiores empresas internacionais que ajustam seus preços até diariamente”.