Imposto sem fim: Governo Lula planeja nova taxação na herança

Ministério da Fazenda propõe nova taxação sobre herança e previdência privada, levantando polêmica sobre a continuidade de impostos mesmo após a morte.

Imposto sem fim: Governo Lula planeja nova taxação na herança

Proposta do governo para taxar herança e previdência privada gera debate no Congresso e preocupação entre contribuintes

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O Ministério da Fazenda do Governo Lula planeja utilizar o segundo projeto de lei complementar da reforma tributária sobre o consumo, que deve ser enviado ao Congresso nos próximos dias, para detalhar a taxação sobre herança e doação no exterior e abrir caminho para a tributação de planos de previdência privada (PGBL e VGBL) destinados ao planejamento sucessório.

De acordo com o Estadão, ambas as cobranças têm sido alvo de longas disputas judiciais, inclusive no STF, e a inclusão desse tema na regulamentação visa atender a um pedido dos Estados, já que essa tributação é competência dos governadores e se dá por meio do Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD). No Congresso, porém, já existe oposição ao movimento da equipe econômica.

A previdência privada é um sistema de poupança de longo prazo oferecido por instituições financeiras, que permite aos indivíduos acumular recursos ao longo do tempo para complementar a aposentadoria oficial fornecida pelo governo. Existem dois tipos principais de previdência privada: o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL), que oferece benefícios fiscais durante a fase de acumulação, e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), que é indicado para pessoas que não fazem a declaração completa do Imposto de Renda. Ambos os planos visam proporcionar uma renda adicional na aposentadoria, ajudando a manter o padrão de vida quando o indivíduo não estiver mais em atividade laboral.

A reforma tributária no Brasil é um conjunto de mudanças propostas no sistema de tributação do país, com o objetivo de simplificar e modernizar a estrutura tributária, tornando-a mais eficiente e justa. A reforma busca unificar diversos impostos sobre consumo em um único imposto sobre valor agregado (IVA), reduzir a burocracia, e melhorar a arrecadação fiscal. Além disso, a reforma pretende promover a justiça tributária, diminuindo a carga sobre o consumo e aumentando a progressividade da tributação, para que aqueles com maior capacidade contributiva paguem mais impostos. Essas mudanças são vistas como essenciais para estimular o crescimento econômico, aumentar a competitividade das empresas brasileiras, e corrigir distorções históricas do sistema tributário atual.

No contexto da nova reforma, o Ministério da Fazenda pretende regulamentar a taxação sobre herança e doação no exterior e estender essa tributação aos planos de previdência privada PGBL e VGBL, considerados instrumentos de planejamento sucessório. A inclusão desse tema na reforma atende aos interesses dos Estados, que buscam aumentar sua arrecadação por meio do ITCMD. Contudo, a proposta enfrenta resistência no Congresso, onde há vozes que defendem que a reforma se concentre exclusivamente na tributação sobre o consumo, deixando questões de patrimônio e renda para uma etapa posterior.

A previdência privada tem sido uma ferramenta importante para muitos brasileiros garantirem uma aposentadoria mais confortável. No entanto, com a nova proposta do governo, os valores acumulados nesses planos podem se tornar alvo de mais um imposto, mesmo após a morte do titular. Isso significa que, além dos impostos pagos ao longo da vida, os herdeiros poderão enfrentar uma nova cobrança, prolongando a lista de tributos a serem pagos.