Prefeitura de Tijucas diz que cancelou desfile cívico para "investir na educação"

Prefeitura de Tijucas também alegou "problemas de segurança"

Prefeitura de Tijucas diz que cancelou desfile cívico para "investir na educação"

Lorran Barentin / Jornal Razão

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Tijucas é uma cidade conhecida por suas tradições e cultura local, mas enfrenta um dilema que tem gerado debates acalorados entre seus habitantes. O Desfile de 7 de Setembro, um evento que costumava ser o ponto alto do calendário cívico da cidade, foi cancelado este ano. O motivo alegado pela administração municipal é a necessidade de redirecionar recursos para a educação, um setor que, segundo dados recentes, enfrenta sérios desafios.

O evento era mais do que uma mera celebração patriótica; era um rito de passagem para as crianças da cidade. A expectativa pelo famoso "pão com laranjinha" distribuído no dia, era quase palpável. O cancelamento, portanto, não apenas rompe com uma tradição, mas também com uma parte da identidade cultural de Tijucas.

O prefeito Eloi Mariano Rocha justifica a decisão como uma medida necessária para investir na educação. No entanto, os números contam uma história preocupante. O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) de Tijucas caiu de 5.7 em 2014 para 4.4 em 2023, tornando-se a pior nota da região e uma das mais baixas de Santa Catarina.

Em contrapartida, a prefeitura anunciou uma série de atividades educacionais para compensar a ausência do desfile. Segundo a secretária de educação, Deise Juliana Silveira, a "Semana da Pátria" será realizada em todas as escolas municipais, com o objetivo de "despertar no aluno o interesse pelo aspecto histórico, cívico e social da nossa independência".

Além disso, o prefeito Eloi destacou que estão em andamento projetos significativos para a educação, incluindo a construção de uma nova creche e a reforma de escolas existentes. Segundo ele, essas iniciativas exigem recursos que antes eram destinados ao desfile.

A decisão de cancelar o desfile coloca em xeque o equilíbrio entre manter tradições e investir em áreas críticas como a educação. Resta saber se as medidas anunciadas pela prefeitura serão suficientes para melhorar o cenário educacional e se a comunidade local verá essas ações como um substituto aceitável para uma tradição tão querida.

O debate está aberto e, como em qualquer decisão que envolve a identidade e os recursos de uma comunidade, as opiniões são diversas e fortes. O que é inegável é que Tijucas se encontra em um momento crucial, onde as escolhas feitas hoje definirão o seu futuro como cidade e como sociedade.