Reprodução / Redes sociais
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Em Canelinha, estudantes de um colégio às margens da SC-410 precisaram utilizar máscaras dentro da sala de aula. Isso porque o cheiro de ‘chorume’ insuportável contaminou o ar e ficou impossível a respiração. Um áudio engraçado, mas que infelizmente retrata a realidade da situação, viralizou ontem nas redes sociais: “achei que tinham cagado no mundo, loucura”, desabafou o morador na gravação.
A ‘rota do fedor’ começou pelas ruas do XV de Novembro e Joaia, em Tijucas, mas só terminou em São João Batista. Seu destino final era São João Batista. Os moradores lutam para impedir a instalação da empresa Sólido Ambiental.
Além disso, existe o rumor de que o objetivo seja a instalação de diversos espaços para tratamento de lixo, esgoto e resíduos. “Não queremos um lixão ou aterro aqui. É um absurdo que estão ignorando completamente a vontade da comunidade”, declara uma moradora.
A empresa Sólido Ambiental se instalou sob o pretexto de ‘transformar resíduos sólidos de Estações de Tratamento de Esgoto’ da região em ‘adubo’. Todavia, não é isso o que consta nas licenças ambientais. Inclusive, especialistas da área ambiental consultados pelo Jornal Razão afirmam que a licença obtida é auto declaratória, ou seja, não passa por nenhuma fiscalização para que seja liberada.
“Ele tirou uma licença de cominuição de madeira, uma licença auto declaratória, além de licença de unidade de compostagem com produção de fertilizante orgânico. Só que, na prática, estão usando esgoto para transformar em adubo. Simplesmente levaram um material extremamente catinguento e líquido, para não se dizer outra coisa, derrubando desde Porto Belo até São João Batista”, diz um morador revoltado.
Em entrevista à Rádio Clube de São João Batista, o proprietário da empresa declarou que a instalação “está autorizada com licença ambiental do Lodo de ETE”. Ele também disse que o resíduo tem que vir sólido, mas veio líquido. “Foi erro operacional da empresa”, confirmou.
Ainda na entrevista, Allan declarou que “possivelmente aconteceu algum erro no processo de tratamento e na primeira curva caiu”, mas minimizou a reclamação feita pelos motoristas e moradores das margens da SC-410:
“Não foi tudo isso. O caminhão só veio com a tampa aberta e provavelmente algum carro passou por cima e foi levando o cheiro”, completou.
Em seu relato, o empresário disse que são incidentes que acontecem: “operacionalmente, vão acontecer erros. Não é o resíduo que está licenciado para a colônia. Não posso levar pra lá. Se acontecer um erro da minha operação desta forma, podem levar para a Fundação do Meio Ambiente porque é motivo para me fechar”.
Enquanto isso, moradores de todo o Vale do Rio Tijucas temem os impactos da “rota do lixo” que está se instalando na região.