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Durante a formatura da turma de Cinema da Universidade Federal de Santa Catarina, que ocorreu na última quinta-feira em Florianópolis, a professora Aglair Bernardo, escolhida como paraninfa, subiu ao palco com uma proposta inusitada. Diante de um público atônito, ela retirou uma escova de dentes e começou a escová-los enquanto proferia seu discurso.
"Eu tenho que fazer isso tudo muito rápido, eu tenho uma formatura para ir", disse Aglair, integrando a ação de escovar os dentes com suas reflexões sobre a vida e a arte.
Com uma escova na mão, ela continuou: "A gente, quando escova os dentes em casa, aproveita e pensa em um monte de coisa? Foi o que eu fiz. ‘O que eu diria para essa turma? Não posso esquecer de falar isso. Não posso esquecer de falar aquilo'".
Aglair também tocou em temas mais profundos sobre a arte de transformar objetos banais em significativos.
“Eu acho que a arte tem um pouco disso, de significar objetos banais e transformá-los em outra coisa. Podia estar ali tricotando, fritando um ovo. A arte tem disso: provocar estranhamento", justificou.
A performance, que não foi combinada previamente com os alunos, trouxe um tom provocação ao evento. A professora concluiu seu discurso com uma pergunta retórica que resumiu seu ponto de vista sobre a criação e a expressão artística: "Será que me esqueci de alguma coisa? Façam arte, não façam guerra".
Essa abordagem não convencional do discurso de formatura gerou reações mistas entre os alunos e convidados, com alguns vendo a performance como uma maneira lúdica e criativa de abordar a cerimônia, enquanto outros consideraram uma fuga das discussões mais sérias e necessárias sobre o ambiente acadêmico e as relações entre alunos e professores.