Larissa Souza / PMT
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Tijucas tem novo prefeito a partir desta segunda-feira, 13 de novembro. Coisa Querida, como popularmente é conhecido o empresário e engenheiro Sérgio Fernandes Cardoso, assumiu no lugar de Eloi Mariano Rocha e deverá permanecer no cargo com total autonomia. Não há prazo para o retorno do professor Eloi, que garante confiar inteiramente em seu possível candidato à sucessão em 2024.
"É a realização de um sonho. Sempre desejei poder tirar do papel tantos projetos que tenho para a cidade que amo. No passado, conquistamos o SENAI para Tijucas, viabilizamos várias obras importantíssimas. Mas agora, no executivo, sei que poderei fazer ainda mais", disse Sérgio.
Quem é e o que pensa ‘Coisa Querida’
Sérgio Fernandes Cardoso nasceu em Siderópolis, no sul do estado de Santa Catarina, e mudou-se para Florianópolis para estudar em uma Escola Técnica. Ele é de uma família simples e tem sete irmãos. Após concluir a Escola Técnica, ele trabalhou para se manter e posteriormente cursou Engenharia Mecânica. Ele foi o primeiro engenheiro mecânico do SENAI em Santa Catarina. Em seguida, foi convidado para montar a escola do SENAI em Tijucas, também teve uma oficina mecânica em Florianópolis e São José. Além disso, Sérgio participou da criação da Associação Comercial de Tijucas, do CDL e ajudou a trazer o Sesc para a cidade, atuando por 21 anos no SEBRAE, sendo duas vezes como diretor. O apelido "Coisa Querida" surgiu em 1996 durante um comício. Sérgio estava nervoso e um amigo sugeriu que ele dissesse "Coisa Querida" se esquecesse o que falar. O apelido pegou e se tornou uma marca pessoal.
Os maiores problemas e uma avaliação de Tijucas, segundo "CQ":
"Embora Tijucas tenha crescido, ainda questiono se realmente desenvolvemos", pondera Cardoso. Ele destaca que o crescimento não é sinônimo de desenvolvimento e que a cidade precisa de uma abordagem mais holística que vá além do mero aumento populacional ou expansão geográfica. "Tijucas tem pressa. Precisamos dar mais qualidade para as pessoas", afirma.
Cardoso ressalta que qualquer plano de desenvolvimento deve ser centrado nas pessoas. "Quem é homem público ou mesmo que não é, tem que pensar nas pessoas. Como melhorar para as pessoas terem vidas melhores, para terem satisfação de viver", diz ele. Isso envolve desde a melhoria dos serviços básicos, como saúde e educação, até a criação de oportunidades de emprego e desenvolvimento profissional.
"99,2% dos empresários de Santa Catarina são empresários de pequenos negócios. Esse é quem precisa de ajuda", destaca Cardoso. Ele vê a necessidade de políticas públicas que apoiem os pequenos empresários, que são a espinha dorsal da economia local. "O pequeno empresário precisa de apoio porque ele gera a riqueza, ele gera oportunidade para muita gente", afirma.
Cardoso valoriza a educação como um pilar para o desenvolvimento da cidade. Ele cita sua experiência com o SENAI como um exemplo de como a educação profissional pode transformar vidas e comunidades. "Quantos jovens que não tinham nenhuma perspectiva de crescimento passaram pela Escola Senai", relembra.
Para Sérgio, Tijucas precisa de um planejamento estratégico robusto que a torne mais autossuficiente e menos dependente de recursos externos. "Tijucas é uma cidade que tem 163 anos e ainda falta muita coisa. Nós temos a mesma idade de Brusque e Itajaí, por exemplo, e quanta coisa falta", lamenta.
A Tijucas do Futuro
Sérgio enfatiza a necessidade de um planejamento estratégico robusto para Tijucas. "Tijucas precisa de novas perspectivas e de pensar grande", afirma. Para ele, o futuro da cidade não pode ser deixado ao acaso; é necessário um plano bem elaborado que considere as necessidades da população e as oportunidades de desenvolvimento. Para Cardoso, o sistema de saúde de Tijucas precisa de atenção especial. Ele sugere que a cidade deve lutar para ter um grande Hospital Regional para aliviar a carga sobre o sistema de saúde existente e oferecer melhor acesso aos serviços médicos. "Não podemos ficar dependentes do governo estadual para a realização de obras", alerta Cardoso. Ele vê a autossuficiência como uma meta para Tijucas, onde a cidade deve ser capaz de financiar e executar seus próprios projetos, especialmente aqueles que têm um impacto direto na qualidade de vida da população.