Governo Lula assina acordo com redes sociais para 'combater fake news'

Enquanto o governo e as plataformas digitais afirmam buscar a integridade da informação, muitos observadores questionam se o verdadeiro objetivo não seria o de silenciar opositores, camuflando tais ações sob o manto da luta contra as fake news. Esse debate provavelmente continuará a ser um ponto crítico nas discussões sobre liberdade de expressão e regulamentação da mídia digital no Brasil.

Governo Lula assina acordo com redes sociais para 'combater fake news'

Reprodução / Redes sociais

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Nesta segunda-feira, um novo acordo foi firmado entre a AGU (Advocacia-Geral da União) e várias grandes plataformas digitais, incluindo Google, YouTube, Meta, TikTok, X, Kwai e LinkedIn, sob a supervisão do advogado-geral da União, Jorge Messias. Este protocolo visa combater a disseminação de informações falsas relativas à recente tragédia climática no Rio Grande do Sul, promovendo o que foi descrito como informação "íntegra, confiável e de qualidade".

Apesar das intenções anunciadas, muitos veem esse movimento como uma resposta preocupante às críticas ao governo. A iniciativa, segundo os defensores, alinha-se aos esforços globais para garantir a veracidade e a segurança das informações disseminadas online, especialmente em tempos de crise. No entanto, um exame mais atento das práticas e das narrativas envolvidas sugere uma possível inclinação à censura, principalmente contra vozes discordantes.

Durante o evento de assinatura do protocolo, o advogado-geral ressaltou a importância do "modelo do diálogo". Contudo, as descrições de certas postagens como "fake news criminosas" pelo mesmo comissário levantam dúvidas significativas sobre os limites entre a moderação de conteúdo e a supressão de críticas legítimas.

As postagens marcadas incluem críticas à alegada ineficiência do governo na gestão da tragédia, comentários sobre declarações de autoridades e até repostagens de artigos jornalísticos de veículos estabelecidos que questionam ações governamentais. Tais exemplos ilustram a complexidade da situação, onde a distinção entre desinformação e dissensão se torna turva.

A utilização de termos como "supostamente" e "alegada" pelos críticos não foi suficiente para proteger suas expressões sob a nova política. Este cenário desperta preocupações de que o acordo possa servir mais como um instrumento de controle do que como um meio de promover transparência e precisão informativa.