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Na manhã desta terça-feira (11), as entradas e os prédios da reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) voltaram a ser fechados em protesto nacional dos trabalhadores técnico-administrativos, que estão em greve há três meses. A ação faz parte de um movimento nacional para pressionar o governo federal a apresentar uma proposta digna de reposição salarial para a categoria.
O Sindicato dos Trabalhadores da UFSC (Sintufsc) divulgou uma nota onde critica a ausência de uma proposta de reajuste salarial pelo governo.
“Em 3 meses de greve, é preciso coragem para apresentar um percentual de reajuste que seja minimamente condizente com as perdas salariais acumuladas nos últimos 7 anos: 0% não é proposta!”, diz o comunicado. A nota ainda exige “respeito e valorização dos trabalhadores da Educação Federal” e informa que a reunião da mesa de negociação no Ministério da Gestão e Inovação (MGI) está prevista para as 16h, em Brasília. O protesto continua com a mensagem: “A GREVE CONTINUA, LULA A CULPA É SUA!”.
Docentes da UFSC criticam falta de investimento e alertam para alagamentos na universidade
Além dos técnico-administrativos, professores da UFSC expressaram sua indignação com o tratamento negligente que afirmam ter recebido do governo Lula. Em declarações contundentes, destacaram a falta de investimentos na universidade em comparação com outras áreas.
“O governo garantiu dinheiro para a militar, para o judiciário, para a igreja, para o fundo eleitoral, para a base, que inclusive saiu às ruas para fazer campanha para as eleições, para lutar contra o fascismo, porque nós da universidade temos muito a ver com isso. Sim, aí ele fecha as portas para a gente novamente”, afirmou um dos professores, que preferiu não se identificar.
Os docentes também relataram problemas estruturais graves na universidade, como alagamentos frequentes que levam à suspensão de aulas. “O centro quando sobe tem que suspender a aula, porque está tudo alagado, e outros centros também. E é sobre isso que nós precisamos falar. É muito fácil dizer que Lula não dá porque não quer. Mas o mais difícil é demonstrar que a gente tem condição de lutar para conseguir não só o reajuste salarial, mas o dinheiro da universidade para combater o fascismo”, desabafou outro professor.
Diante da possibilidade de um governo de extrema direita nas próximas eleições, os professores alertaram para a necessidade de resistência e mobilização. “É muito provável que a gente tenha o governo de extrema direita na próxima eleição. Agora, nesse primeiro trimestre, já são 12 bilhões a mais resultado da reforma tributária por estarem taxando grandes fortunas. Então tem grana e tem as condições. Então bora para Brasília! Bora brigar”, enfatizou um docente.
Os professores também destacaram a exclusão da universidade das funções específicas de Estado, como as forças de segurança e a arrecadação, e criticaram o orçamento insuficiente destinado à UFSC. “O Lula, o atual presidente, recentemente avaliou a questão das funções específicas de Estado, onde entram as forças de segurança, o pessoal da arrecadação, fazenda e diplomacia. O resto fica de fora. Os professores, saúde, etc. Fiscalização ficou de fora. O orçamento do ano passado para a Universidade Federal já era pequeno, já era baixo. E desse ano é melhor que do ano passado. É na resistência, fazendo esse governo lembrar quem somos nós e qual o nosso papel aqui”, concluíram os professores.
O Jornal Razão solicitou um posicionamento do Governo Federal e aguarda retorno.