Projeto das "Fake News" será votado hoje

PL das Fake News será votado hoje, decide Lira. Governo também conseguiu censurar mensagem contrária ao projeto de lei veiculada na página inicial do Google

Projeto das "Fake News" será votado hoje

Reprodução / Redes sociais

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A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) determinou que o texto do Google sobre o projeto de lei 2630, conhecido como “Lei das Fake News”, fosse retirado da página inicial do buscador devido ao que considerou "propaganda enganosa". A Senacon também aplicou uma multa de R$ 1 milhão por hora em que o texto permanecesse na tela inicial do buscador.

No texto em questão, o Google levantava questionamentos sobre o projeto e apontava riscos contidos na nova legislação, cuja aprovação ainda depende do Congresso Nacional. A empresa destacou seu compromisso em combater a desinformação e fortalecer o jornalismo de qualidade, mas argumentou que o PL 2630 colocaria em risco esses investimentos, ao criar obrigações sem precedentes para as plataformas de tecnologia que "usam" notícias.

A Senacon considerou a frase "O PL das Fake News pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira no Brasil" como propaganda enganosa, já que foi inserida por uma empresa de tecnologia e não de comunicação. A secretaria exigiu que o Google promova uma série de mudanças em sua ferramenta de busca para garantir a isonomia no debate sobre o projeto, incluindo a contrapropaganda.

O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou em entrevista coletiva que a Senacon determinou a realização de uma contrapropaganda. "Assim como eles veicularam uma publicidade contra, eles agora vão ser obrigados a colocar, no mesmo lugar, uma publicidade a favor para que os consumidores possam formar opinião", completou o ministro.

Além da contrapropaganda e da sinalização de que se trata de conteúdos publicitários, a cautelar também impõe o dever de informar qualquer interferência no sistema de indexação de buscas relativas ao debate do PL 2630, a proibição de censurar posições divergentes e a não privilegiar nas comunidades e aplicações da plataforma posições convergentes com a posição editorial da empresa.

Em resposta, o Google alegou que não altera manualmente as listas de resultados e que tem se manifestado em relação ao PL 2630 de forma pública e transparente. A empresa também enfatizou a importância de envolver todos os setores da sociedade na discussão sobre uma legislação que pode impactar a vida de milhões de brasileiros e empresas.