Jornal Razão
No WhatsApp do JR tem notícia toda hora! Clique aqui para acessar.
Alicy Emma Facchini, de 47 anos, denuncia que sua filha, Lorenna, de apenas 5 anos, ficou deficiente auditiva bilateral devido a uma suposta negligência da saúde pública de São João Batista. Ela conta que a busca por ajuda para a menina teve início no Natal de 2023, quando ela apresentava vômitos e febre alta. Depois de vários diagnósticos errados e insistência por parte da família em retornar antes do período previsto, a criança foi encaminhada para Florianópolis, onde foi diagnosticada com meningite bacteriana do tipo N.
Agora, para uma qualidade de vida melhor, a menina precisa de um implante coclear e de um segundo professor com especialidade em Libras, que o município de São João Batista não disponibilizaria.
Segundo relato da mãe, tudo aconteceu por volta das 5h45 do dia 25 de dezembro, quando Lorenna começou a apresentar jatos de vômito e febre alta. No Hospital Monsenhor José Locks de São João Batista, de acordo com Alicy, foi dito que a menina estava com infecção urinária. A família comprou os medicamentos e deu início ao tratamento, entretanto, não resultou em nada.
À tarde, por continuar do mesmo jeito, Lorenna foi levada novamente ao hospital. Conforme a denúncia, a criança teria sido atendida por uma médica que falou que “precisava aguardar 72 horas para o antibiótico fazer efeito”. Diante disso, a família retornou com a menina, que continuava com vômitos, febre alta e, agora, dores de cabeça, para casa.
Mesmo com a médica indicando aguardar 72 horas, a família, estranhando os sintomas e a piora gradativa de Lorenna, optou por retornar pela terceira vez ao hospital. Lá, foram atendidos pela mesma profissional.
“A médica novamente falou ‘já atendi essa menina, tem que esperar’. Daí falamos: ‘mas a menina está piorando, tem que fazer algo’”, contou Alicy, complementando que, diante disso, a profissional afirmou que “o que poderia fazer era colocar no soro e deixar em observação”.
Alicy conta que sua filha passou a noite no hospital e que, ao mudar o plantão, ela conversou com o médico, questionando se era normal a menina não estar apresentando qualquer tipo de melhora e se não seria melhor solicitar uma transferência. Em resposta, o médico, o terceiro a atender Lorenna, teria afirmado que “acreditava tratar-se de dengue e que o tratamento lá seria o mesmo que estava sendo feito em São João Batista”.
Ainda de acordo com Alicy, apesar do tratamento, a menina continuou com vômitos e muitas dores e, após a quarta mudança de plantão, ela chamou o médico, explicou toda a situação, destacando que a criança não parava de piorar e que estava com medo do que poderia acontecer, porque Lorenna já não segurava mais a cabeça em pé.
Ela conta que, de imediato, o profissional fez o encaminhamento da menina para o Hospital Infantil Joana de Gusmão. Isso aconteceu no dia 26 de dezembro, por volta das 11h. A transferência foi feita por intermédio de uma ambulância.
“Chegando, fomos logo atendidos e começaram a fazer todos os tipos de exames, constatando, com a punção lombar, que Lorenna estava com meningite bacteriana do tipo N”, conta Alicy, abalada.
A menina, agora com o tratamento devido, ficou internada e, após alguns dias, retornou para casa. Contudo, depois de alguns dias, Lorenna começou a reclamar que não estava conseguindo ouvir, sequela do que Alicy define como “negligência da saúde de São João Batista”.
“Lorenna, novamente voltando para o Hospital Infantil para acompanhamentos, teve constatado por exames que estava perdendo a audição. Ela ficou deficiente auditiva bilateral, com uso de aparelhos auditivos nos dois ouvidos. Agora, para uma qualidade de vida melhor, precisa de um implante coclear. Estamos na fila de espera”, explica.
Além do implante, que é feito em Florianópolis pelo SUS, a menina também precisa da assistência de um segundo professor com especialidade em Libras. De acordo com a mãe, a cidade não tem profissionais capacitados disponíveis.
“Procurei a Secretaria de Educação com o papel da médica e eles me falaram que não têm o professor”, disse Alicy, destacando que, agora, a menina também necessitará de acompanhamento médico pelo resto da vida.
“(Falaram) Que tinham feito uma seletiva, conseguiram um de Itajaí, mas depois o professor desistiu. E se eu quisesse procurar meus direitos no Ministério Público, ficaria à vontade”, disse Alicy.
“Para mim, foi negligência do hospital de São João Batista, porque me deram três laudos diferentes”, enfatizou a mãe, afirmando que, atualmente, apenas recebe assistência da prefeitura de São João Batista com uma cesta básica mensalmente.
“Minha filha era uma criança saudável, com todas as vacinas em dia”, finalizou a mãe.
Diante da gravíssima denúncia, o Jornal Razão entrou em contato com a prefeitura, questionando o relato de negligência e a falta de um profissional capacitado, e aguarda retorno.