Reprodução / Arteris
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O Contorno Viário de Florianópolis, a maior obra de infraestrutura rodoviária em andamento no Brasil, tornou-se palco de uma tragédia nesta terça-feira (17), quando um jovem de 18 anos perdeu a vida enquanto trabalhava no trecho T3, na região do bairro Bela Vista em Palhoça. Esta fatalidade lança uma sombra sobre a obra que já enfrenta atrasos crônicos e cujos custos dispararam de forma alarmante ao longo dos anos.
O jovem, que havia iniciado seu trabalho no local há apenas 15 dias, vindo do nordeste, encontrou seu fim trágico após a mangueira de uma perfuratriz romper-se e atingir sua cabeça. Levado a um hospital, o jovem infelizmente não resistiu e veio a óbito após ficar em coma. O local do acidente foi isolado para perícia e as atividades no trecho foram interrompidas.
A obra do Contorno Viário, que deveria ser um marco para a mobilidade na região da Grande Florianópolis, tem enfrentado uma série de obstáculos desde o seu início. O projeto, inicialmente orçado em R$ 400 milhões, agora tem um custo estimado de pelo menos R$ 3,9 bilhões, representando um aumento de aproximadamente 875%.
A trajetória de atrasos da obra é longa. Inicialmente prevista para ser concluída em 2012, a obra foi paralisada em dezembro de 2021 devido a um impasse entre a construtora e a concessionária. Embora a previsão de conclusão tenha sido ajustada para dezembro de 2023 após uma reunião entre a concessionária Arteris, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e o Fórum Parlamentar Catarinense, recentemente, a data de entrega foi novamente postergada para julho de 2024.
Este projeto, que se estende por 50 km com quatro túneis duplos, pontes e viadutos, é considerado uma das maiores obras viárias em andamento no país. A reunião que ajustou a nova data de conclusão contou com a participação de deputados federais, senadores, vereadores e prefeitos da Grande Florianópolis, demonstrando a importância regional da obra.
A fatalidade ocorrida nas obras do Contorno Viário ressalta a necessidade de medidas de segurança rigorosas em grandes projetos de infraestrutura, especialmente quando atrasos e custos crescentes podem pressionar as equipes a acelerar o ritmo de trabalho, possivelmente à custa da segurança no local de trabalho.
As comunidades locais, já cansadas dos atrasos na obra e agora abaladas por esta tragédia, aguardam com expectativa a conclusão do Contorno Viário, que promete melhorar a mobilidade na região, mas ao custo de bilhões de reais e, infelizmente, agora também ao custo de uma vida jovem e promissora.