Confronto com boi revoltado viraliza e expõe Farra do Boi em Governador Celso Ramos

Imagens geraram grande repercussão nas redes sociais e, durante a ação, ao menos dez pessoas foram multadas

Confronto com boi revoltado viraliza e expõe Farra do Boi em Governador Celso Ramos

Reprodução/ Jornal Razão

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Nesta Sexta-Feira Santa (7), cenas de um boi revoltado partindo para cima de um farrista em Governador Celso Ramos viralizaram nas redes sociais. Acontece que, segundo a GOR, a situação não terminou mal apenas para ele após a Farra do Boi, proibida por lei em Santa Catarina. Ao menos dez pessoas foram multadas.

Segundo informações oficiais, logo no início da manhã, guarnições da GM receberam informações de que estaria acontecendo a Farra do Boi em algumas localidades da cidade, mas não foram encontrados indícios do evento. Contudo, posteriormente, entre 8h e 9h, os agentes partiram para ações de prevenção na Rua Canal da Olaria, uma das regiões preferidas dos farristas. Lá o cenário era diferente.

Enquanto os agentes realizavam rondas na localidade, um bovino surgiu, transtornado, em frente à viatura. Posteriormente, foi constatado que o animal estava envolvido na prática da Farra do Boi, principalmente por conta de seus machucados.

O animal fugiu para o mar e, em seguida, para a prainha da região, onde foram feitas as imagens que viralizaram nas redes sociais. A guarnição foi atrás do bovino e, chegando lá, várias pessoas fugiram, indicando que estariam praticando a Farra do Boi. Conforme as autoridades, neste momento, não foi possível identificar ninguém.

O GOP (Grupo de Operações de Resgates) foi acionado para o recolhimento do animal. No momento do incidente, ninguém foi detido. Contudo, mais tarde, os agentes encontraram ao menos participantes da Farra do Boi, que estavam utilizando camisetas de apologia ao evento. Todos foram autuados e multados em R$ 1 mil.

Os agentes constataram que, ao todo, eram 28 camisetas e um bandeirão. Investigações continuam para que os outros participantes sejam identificados.


O QUE É 'FARRA DO BOI'?

Farra do boi é uma prática que consiste em perseguir, espancar e mutilar um boi, geralmente em locais públicos, como ruas e praças. No ritual, o boi é visto como o representante de Judas, o traidor de Cristo, e a simbologia religiosa faz com que os farristas tenham carta branca e atuem sem culpa contra o animal.

A tradição criada por portugueses se iniciou na Ilha de Açores (Portugal) e foi trazida ao Brasil há duzentos anos, ganhando popularidade entre os cristãos. Os portugueses colonizaram a cidade de Governador Celso Ramos, região de Santa Catarina, e o evento com bases religiosas faz alusão a “malhar o Judas”. No início, se chamava Boi de Corda ou Boi de Laço, e mais tarde veio a ser denominada Farra do Boi, numa forma de abrasileirar a cultura. Atualmente, percebe-se que as fundamentações religiosas do ritual se perderam pelo tempo e apenas a “festa” com intuito de entre ter é o principal motivo para que continue acontecendo. Embora o ato tenha uma origem de cunho cultural, a prática é proibida por lei desde 1997.

A prática ainda é encontrada em algumas regiões do país, apesar das campanhas de conscientização e das punições previstas em lei.

COMO DENUNCIAR?

Existem várias formas de comunicar às autoridades sobre a prática ilegal em Santa Catarina. Os moradores podem acionar o 190, ou denunciar através do aplicativo PMSC Cidadão. A Polícia Militar também conta com telefones de cada unidade da corporação, além do CIDASC, pelo número: 0800-644-8500.

Além disso, quem é participante da rede de vizinhos, também consegue conversar com o policial que trabalha no despacho de ocorrências da PM. Também é válido tentar contactar a GOR, que prontamente entrará em contato com o CIDASC.

MULTA

A multa para quem pratica a "farra do boi" em território catarinense está prevista na Lei nº 17.902 e pode chegar a R$10 mil para promotores e divulgadores, além de R$1 mil para cada um dos demais participantes identificados. O descumprimento da lei também gera penalidades previstas nas legislações federais.