Em 2022, juíza mandou investigar policiais e soltou bandido que matou PM em SC

Usuário de drogas que matou PM em SC teve prisão relaxada após atacar policiais em 2022

Em 2022, juíza mandou investigar policiais e soltou bandido que matou PM em SC

Reprodução / Redes sociais

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Na manhã desta terça-feira (2), um policial militar foi brutalmente assassinado durante uma abordagem de rotina no centro de Criciúma, no Sul de Santa Catarina.

O crime, que ocorreu por volta das 11h45min, chocou a comunidade local e expôs falhas preocupantes no sistema de justiça criminal. O responsável pelo crime, um usuário de drogas conhecido das autoridades, já havia sido preso por desacato e agressão contra policiais, mas teve sua prisão relaxada em 2022 pelo Judiciário, o que permitiu que ele permanecesse em liberdade até o dia fatídico.

Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que o suspeito, identificado como Moisés Brasil Giordani, desarmou o sargento da Polícia Militar, que estava sozinho na viatura, pois atuava no setor administrativo da corporação.

As cenas são perturbadoras: o agressor utilizou a própria arma do policial para atirar contra ele, e em seguida, desferiu múltiplos golpes com o cabo da arma na cabeça do sargento, resultando em sua morte instantânea. A brutalidade do ato gerou uma onda de indignação entre os moradores de Criciúma e em toda a corporação.

Após cometer o crime, Giordani tentou fugir, mas foi rapidamente capturado. Ele foi preso e levado sob custódia.

Moisés Brasil Giordani já era conhecido pelas autoridades. Em 2022, ele foi preso após uma ocorrência nas proximidades do local onde o assassinato desta terça-feira ocorreu. Naquela ocasião, Giordani foi abordado por policiais e reagiu de forma agressiva, resultando em uma violenta altercação.

Os policiais envolvidos relataram que Giordani se recusou a se identificar e, quando solicitado a adotar a posição de abordagem, começou a agredir um dos agentes.


No entanto, durante a audiência de custódia realizada em 25 de outubro de 2022, a juíza Letícia Pavei Cachoeira, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Criciúma, relaxou a prisão em flagrante de Giordani, citando dúvidas sobre o dolo do acusado. A juíza destacou que Giordani já havia sido reconhecido como inimputável em outras ações penais e sugeriu que o comportamento dos policiais durante a abordagem poderia ter sido excessivo. Em sua decisão, a juíza afirmou:

“Em que pese a presunção de veracidade das palavras dos agentes da lei, no caso específico, não verifico como o conduzido pudesse ter gerado tamanho risco à guarnição a ponto de sofrer tantas agressões, especialmente na região da cabeça e face, o que, infelizmente, aparenta excesso na abordagem."

Além disso, a juíza ordenou a investigação das ações dos policiais durante a abordagem de 2022, solicitando a remessa do exame de corpo de delito realizado em Giordani e o encaminhamento do caso à Promotoria de Justiça para controle externo da atividade policial.

A decisão também incluía o pedido de acesso a gravações de câmeras de segurança que pudessem corroborar a versão dos policiais ou indicar possíveis abusos. A juíza chegou a mencionar que, apesar das alegações dos policiais, o caso apresentava "situações que precisam ser melhor apuradas", especialmente considerando o histórico de supostos transtornos mentais de Giordani.

O sargento morto nesta terça-feira estava sozinho na viatura. De acordo com o que foi informado por fontes ligadas ao setor de segurança pública ao Jornal Razão, a situação se repete em várias regiões de Santa Catarina.

“Não tem superioridade numérica e ainda vão culpar ele dizendo que não deveria ter abordado, mas no dia a dia, se faz é capaz de ser punido ou julgado dizendo que o cara tá fazendo rolo por não querer assumir sozinho a viatura”, disse um PM ao JR.