Estuprada, asfixiada e abandonada morta de calcinha: o crime que chocou o Paraná

Menina de 11 anos foi cruelmente estuprada e assassinada pelo padrasto. Ele chegou a ser solto, mas voltou a delegacia e confessou o crime por medo de ser morto

Estuprada, asfixiada e abandonada morta de calcinha: o crime que chocou o Paraná

Reprodução / Redes sociais

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Casa trancada durante toda a tarde, mesmo em dias de muito calor, com um homem de 33 anos no interior, a filha de 8 meses e uma criança de 11 anos, enteada dele, que era impedida de brincar fora da residência com outras crianças da comunidade. Um padrasto possessivo e que gritava com essa enteada, e uma mãe que também a repreendia aos berros. Esses foram os relatos de vizinhos de Givanildo Rodrigues Maria à polícia.

Foram também as informações dos vizinhos que ajudaram a polícia a começar a desvendar o caso, cujo desfecho trágico foi o assassinato de Kameron Odila Gouvêa Osolinski, de 11 anos. A menina havia desaparecido na quarta-feira (26), e o corpo foi encontrado na quinta-feira (27), graças à pista seguida pelos vizinhos, que viram Givanildo saindo de carro, em alta velocidade, por volta das 14h30 do dia anterior, em direção ao Mirante, local onde o corpo foi encontrado parcialmente encoberto por folhas, apenas de calcinha.

De acordo com informações do JB Litoral, quando a polícia chegou à residência onde Givanildo estava, ele se entregou e afirmou que era o autor do crime e que queria confessar, mas só daria os detalhes do homicídio na delegacia. Cabo Liciane Oliveira, da Polícia Militar, afirmou que o suspeito não estava ferido, mas com medo de morrer e que queria ficar preso para resguardar a própria vida.

Segundo o delegado Nilson Diniz, da Delegacia Cidadã de Paranaguá, Givanildo confessou ter estuprado e estrangulado a criança, além de ter escondido o corpo na área de mata. O inquérito segue sendo conduzido pela delegacia de Antonina. Com a nova prisão e confissão de Givanildo, veio a confirmação de que a menina foi violentada sexualmente antes de ser assassinada. A certidão de óbito de Kameron revelou que a criança foi morta por meio de asfixia mecânica.

Givanildo já havia respondido por homicídio quando era adolescente e também por violência doméstica contra ex-companheiras. Ele deverá ser indiciado por estupro de criança, homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

Mayrah Merilin Dorigon Gouvea, de 30 anos, a mãe de Kameron, contou à polícia que percebeu vários sinais estranhos nos dias que antecederam o crime, mas só relacionou à possibilidade de o marido ter cometido o ato depois que a filha já estava desaparecida. Ela comentou que, diante da situação, ligou os sinais, como o fato de Givanildo não ter mais mantido relações com ela e ter achado um pano em que ele se limpava após as relações do casal atrás do sofá.

Além disso, ela relatou que pediu para Givanildo levar Kameron para ser examinada por uma médica que estava atendendo na comunidade, devido à filha ter fluxo menstrual muito intenso, mas ele se recusou.

A professora detalhou que a rotina dela é trabalhar das 13h às 17h, em escola perto de casa, no mesmo bairro, em Ipanema do Norte. Kameron estudava pela manhã e chegava em casa minutos antes. 

Mayrah relatou que, no dia em que a filha desapareceu, percebeu que a menina estava distante. Ela disse que a amava, mas percebeu um comportamento estranho. A mãe também afirmou que Givanildo tinha ciúmes possessivos dela e que tinha brincadeiras brutas com a filha. Sobre o comportamento do marido com Kameron, a professora contou que Givanildo estava abraçando muito forte a filha nos últimos dias, e que a menina pedia para parar e reclamava de dor.

Ela revelou que Givanildo costumava falar para Kameron que havia pessoas rodeando a casa e contava histórias de zumbis para a menina, o que a deixava assustada. Com medo, a menina passou a dormir no sofá da sala ao invés de ir para o quarto.

Durante o depoimento, a mãe de Kameron também foi questionada sobre as ligações para o celular da filha no dia do desaparecimento. Mayrah afirmou que ligou para o celular da filha por volta das 18h e a menina teria atendido, com barulho de respiração. Ela ligou porque a filha não havia voltado para casa. No entanto, tanto o registro dessa chamada quanto a que fez para um soldado da PM sumiram do aparelho, e ela alegou que não foi ela quem apagou. O aparelho celular era dela, mas estava sendo usado em conjunto com Givanildo, depois que o dele quebrou.

No final do depoimento, o delegado questionou Mayrah se ela sabia que o marido havia matado um homem antes e que ele era violento com as ex-companheiras. Ela respondeu que sabia, mas ele e a família dele negaram. O delegado também perguntou se havia alguma possibilidade de a professora estar sendo conivente com Givanildo, e ela negou categoricamente, alegando que só começou a ficar desconfiada mais na hora da oração, quando o marido não falou o nome da filha.