Oficina diz que não fez customização na BMW que matou jovens: "foi terceirizado"

Oficina de Goiás alega terceirização na customização da BMW que causou a morte de jovens em Balneário Camboriú

Oficina diz que não fez customização na BMW que matou jovens: "foi terceirizado"

Reprodução / Redes sociais

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A tragédia que ceifou a vida de quatro jovens em Balneário Camboriú no primeiro dia do ano ainda intriga as autoridades e a sociedade brasileira. A BMW, que se tornou palco dessa fatalidade, passou por uma série de modificações em diferentes oficinas, incluindo uma localizada em Goiás.

A oficina em questão, situada na cidade de Aparecida de Goiânia, é alvo das investigações da Polícia Civil catarinense. A defesa do proprietário da mecânica alegou em entrevista ao G1SC que a peça automotiva modificada foi desenvolvida por uma empresa terceirizada, assim como o próprio serviço de instalação. Contudo, o nome da referida empresa não foi revelado.

O advogado do investigado informou que a oficina, que está em operação há 11 anos, sempre orientou os proprietários dos veículos após a realização dos serviços. Além disso, as autoridades apuraram que a BMW também passou por customizações em Minas Gerais, acrescentando complexidade ao caso.

O proprietário da oficina em Goiás deve prestar depoimento por videochamada na segunda-feira (15), e os investigadores planejam entrevistar os mecânicos envolvidos posteriormente.

Um laudo da Polícia Científica apontou que os quatro jovens faleceram devido à intoxicação por monóxido de carbono. O trágico incidente ocorreu na rodoviária de Balneário Camboriú, chocando o país no início do ano.

De acordo com os peritos, a alteração no sistema de escapamento da BMW foi responsável por liberar monóxido de carbono, uma substância inodora e incolor que pode causar asfixia. A saturação de monóxido de carbono em três das vítimas estava acima de 50%, enquanto em uma das vítimas estava entre 49% e 50%, o que resultou em um desfecho fatal.

As modificações realizadas no veículo incluíram a troca do catalisador e do escapamento, sem a instalação de abafadores, o que permitiu que o gás tóxico se acumulasse no interior do carro. A perícia identificou um total de 1.000 ppm de monóxido de carbono próximo ao ponto de modificação, o que pode levar à morte em até duas horas. A ausência de circulação de ar, devido ao carro estar completamente fechado e com o ar-condicionado ligado, agravou a situação.

A causa da morte dos jovens mineiros foi oficialmente confirmada em uma coletiva de imprensa que reuniu representantes das autoridades locais. O incidente, que tirou a vida de Gustavo Elias, Tiago Ribeiro, Karla dos Santos e Nícolas Kowaleski, continua sendo investigado para apurar todas as circunstâncias envolvidas.