Pastora de SC enganou 5 mil fiéis: “deposite R$ 25 e receba um octilhão de reais”

Esquema é considerado um dos maiores já investigados do Brasil

Pastora de SC enganou 5 mil fiéis: “deposite R$ 25 e receba um octilhão de reais”

Divulgação

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Na última quarta-feira (20), uma pastora de Jaraguá do Sul foi presa, em meio a uma ampla investigação da Polícia Civil do Distrito Federal, por envolvimento em um massivo golpe financeiro. Comandado por um pastor de Brasília, o esquema prometia bênçãos financeiras exorbitantes, usando, para tanto, a fé e a crença religiosa das vítimas.

Os detalhes do golpe vieram à tona após um ano de investigações, revelando uma rede de enganação que, abusando de teorias conspiratórias como a “Nesara Gesara”, induzia majoritariamente fiéis evangélicos a investirem suas economias em operações e projetos fictícios, com promessas de retornos financeiros imediatos e extremamente elevados.

O golpe, considerado um dos maiores já investigados no Brasil, englobava uma variedade de promessas fraudulentas, incluindo retornos de um octilhão de reais por um depósito de apenas R$ 25 e até 350 bilhões de euros por um depósito de R$ 2.000. Com vítimas identificadas em quase todos os estados brasileiros, estima-se que mais de 5 mil pessoas foram lesadas. A investigação apontou uma movimentação financeira superior a R$ 156 milhões nos últimos cinco anos e identificou cerca de quarenta empresas fantasmas e mais de oitocentas contas bancárias suspeitas, vinculadas ao esquema.

O grupo por trás do esquema, composto por cerca de duzentos integrantes, incluindo dezenas de líderes evangélicos autointitulados pastores, mantinha suas vítimas, predominantemente frequentadores de suas igrejas, sob um discurso enganoso. Eles afirmavam que as vítimas eram pessoas escolhidas por Deus para receber as “bênçãos” financeiras, referindo-se às quantias milionárias prometidas.

Em dezembro do ano passado, um indivíduo foi preso em Brasília, suspeito de envolvimento no esquema, após ter usado documento falso para simular um crédito de aproximadamente R$17 bilhões em uma agência bancária. Mesmo após sua prisão, o grupo continuou a praticar os golpes.

Os envolvidos poderão responder por diversos crimes, incluindo estelionato, falsificação de documentos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, crimes contra a ordem tributária e organização criminosa, a depender da sua participação no esquema. A identidade da pastora de Jaraguá do Sul permanece em sigilo enquanto as investigações continuam.