“Vendiam um sonho, mas era ilusão”, diz vítima de corretores presos em Tijucas

A dupla criminosa que causou prejuízos estimados em mais de R$ 1 milhão

“Vendiam um sonho, mas era ilusão”, diz vítima de corretores presos em Tijucas

Divulgação

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Após a prisão de dois suspeitos de estelionato em Tijucas, novas informações vêm à tona, delineando com mais clareza os métodos da dupla criminosa que causou prejuízos estimados em mais de R$ 1 milhão. As vítimas, algumas ainda temerosas de se identificar, descrevem como eram enganadas por anúncios fraudulentos que prometiam verdadeiros "achados" imobiliários.

“Eles iam enganando as pessoas e continuavam vendendo para mais gente sem medo nenhum”, revela uma vítima que preferiu não se identificar. Segundo ela, houve até diálogos intimidadores registrados com os autores através do WhatsApp. As publicações feitas pelos golpistas em grupos de “desapego” nas redes sociais pareciam irrecusáveis: terrenos "prontos para construir" e parcelas "sem juros".

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Anúncios como uma casa em “terreno individual” por R$ 200.000,00 chamavam a atenção, principalmente em locais onde imóveis semelhantes são vendidos por pelo menos R$ 360.000,00. Um dos aspectos mais intrigantes era a oferta de propriedades "sem financiamento". Segundo denúncias, o objetivo era claramente fugir da necessidade de documentação verificável por instituições bancárias.

Um outro imóvel listado pelos golpistas, uma casa em Tijucas, estava sendo oferecida por um valor surpreendente de apenas R$ 139 mil. “Nem terreno a gente encontra nesse preço, imagina com a casa junto”, exclamou uma fonte ao Jornal Razão.

A dupla, de 22 e 30 anos, operava de forma calculada e metódica. Segundo o delegado encarregado do caso, "eles anunciavam terrenos com preço um pouco abaixo do valor de mercado. Depois que a vítima dava o sinal, percebia que não tinha a documentação hábil e eles vendiam o mesmo terreno para várias outras vítimas". Esta prática fraudulenta vem se perdurando por mais de um ano, abrangendo não apenas Tijucas, mas estendendo-se para outras áreas do litoral norte de Santa Catarina.

Uma das táticas usadas pela dupla era a falsificação de documentos, o que lhes permitia apresentar terrenos como se fossem de sua propriedade. Esta estratégia foi eficaz ao ponto de conseguirem vender uma mesma propriedade para múltiplos compradores, enganando tanto o sistema judiciário quanto os cidadãos.

O delegado fez um apelo: "tem muitas pessoas já identificadas, outros também podem ser identificados, pode comparecer à delegacia para ajudar na finalização das investigações". Ele enfatizou a complexidade na deflagração deste tipo de crime e a importância da colaboração da comunidade para finalizar o caso.

Essas novas revelações não apenas reforçam a importância do trabalho policial em curso mas também sublinham a necessidade de cautela por parte dos compradores. O delegado responsável pelo caso reitera o convite para que as vítimas compareçam à delegacia para colaborar na finalização das investigações.

À medida que o caso se desdobra, fica claro que a sociedade e as autoridades estão diante de um desafio multidimensional que vai além da mera prisão dos criminosos. A complexidade do caso aponta para a necessidade de aprimorar mecanismos de verificação e fiscalização imobiliária, assim como educar o público sobre os perigos dessas fraudes. E mais que nunca, fica o alerta: se a oferta é boa demais para ser verdade, provavelmente não é.