Ibovespa tem pior sequência de quedas em quase 40 anos

O cenário, repleto de instabilidade e preocupações, resultou em marcas históricas, tanto no mercado de ações quanto no mercado cambial

Ibovespa tem pior sequência de quedas em quase 40 anos

Divulgação / Redes sociais

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Nesta segunda-feira (14), o mercado financeiro global enfrentou um dia de tensão e incerteza, marcado por eventos que repercutiram fortemente nos mercados emergentes, incluindo o Brasil. O cenário, repleto de instabilidade e preocupações, resultou em marcas históricas, tanto no mercado de ações quanto no mercado cambial.

### Ibovespa: Uma Sequência Inédita

O principal índice da bolsa brasileira, o Ibovespa, fechou com uma queda de 1,06%, alcançando os 116.810 pontos. Esta marca registra a décima queda diária consecutiva do índice, a maior sequência de baixas em 39 anos. A última ocorrência similar remonta a fevereiro de 1984, período marcado pela crise da dívida externa brasileira. No acumulado do mês, a queda atinge 4,21%, mas o saldo anual ainda é positivo, com alta de 6,45%.

### Dólar: Alta Significativa

O dólar comercial seguiu uma trajetória ascendente, fechando a R$ 4,966, uma alta de R$ 0,062 (1,25%). Esse é o maior nível desde 1º de junho, e acumula uma valorização de 4,99% somente em agosto, embora a moeda ainda registre uma queda de 5,95% no ano.

### Fatores Internacionais: O Impacto Global

A tensão não se restringiu ao Brasil. Uma série de eventos globais convergiu para pressionar os mercados:

1. *Crise na China*: O anúncio do atraso no pagamento de um título pela Country Garden, uma das maiores incorporadoras chinesas, trouxe à tona preocupações com a segunda maior economia mundial. Esse evento recorda o calote da incorporadora Evergrande em 2021, que abalou os mercados internacionais por semanas.

2. *Juros nos EUA*: Os títulos de dez anos do Tesouro norte-americano atingiram o maior nível desde novembro. Taxas altas atraem capital para os Estados Unidos, pressionando o dólar globalmente. Além disso, a aceleração da inflação ao produtor na maior economia global elevou o pessimismo.

3. *Instabilidade na América Latina*: O resultado das votações primárias na Argentina, com a liderança do candidato de extrema-direita Javier Milei, provocou uma fuga de capitais, resultando em desvalorização do peso em 18% e elevação dos juros básicos para 118%. A crise argentina reverberou em outros mercados do continente.