Indígenas protestam e acusam Governo Lula de abandono: "R$ 0,0 para os povos indígenas"

O protesto teve início na manhã desta quarta-feira (3)

Indígenas protestam e acusam Governo Lula de abandono: "R$ 0,0 para os povos indígenas"

Divulgação

No WhatsApp do JR tem notícia toda hora! Clique aqui para acessar.

Na manhã desta quarta-feira (3), indígenas bloquearam parcialmente a rodovia SC-480, que liga Santa Catarina ao Rio Grande do Sul, em um protesto que denuncia o abandono pelo Governo Lula. O protesto teve início por volta das 10h, na ponte sobre o Rio Uruguai, e vem causando interrupções frequentes no tráfego, sendo liberado a cada meia hora para a passagem de veículos.

Os manifestantes exigem repasses de verbas do Governo Federal e discutem questões relacionadas ao marco temporal. As lideranças indígenas enfatizam que suas reivindicações são urgentes e que a manifestação visa chamar a atenção das autoridades para a necessidade de diálogo e ação imediata. A Polícia Militar Rodoviária (PMRv) está no local para monitorar a situação e garantir a segurança de todos os envolvidos.

Paralelamente ao protesto indígena, o Governo Lula entrou com uma ação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para encerrar a greve dos servidores da área ambiental, que se espalhou por praticamente todo o país. Wallace Lopes, ativista e agente do Ibama, expressou sua indignação nas redes sociais: "Sem palavras pra descrever o desprezo diante de um Governo que tanto prometeu pra área ambiental e de forma desleal trata como inimigos os trabalhadores do Ibama, ICMBio, MMA e SFB, que tanto fizeram e fazem pela sociedade. Para nós o pesadelo não acabou".

Na noite de terça-feira (2), a Advocacia Geral da União (AGU) entrou com uma ação declaratória de abusividade/ilegalidade no STJ contra a greve dos servidores ambientais. O documento de 16 páginas, em nome do Ibama e do ICMBio, solicita a suspensão da greve e o retorno imediato dos servidores às suas funções, sob pena de multa diária de R$ 50.000,00.

A greve, que teve início oficialmente em 24 de junho em alguns estados e se espalhou para o restante do país no dia 1º de julho, é resultado de uma longa negociação iniciada em outubro de 2023. Os servidores pedem a reestruturação da carreira para técnicos e analistas e a inclusão dos servidores do Plano da Carreira do Meio Ambiente na tabela de progressão. A diferença salarial entre técnicos e analistas, atualmente de 43%, é um dos pontos mais sensíveis do impasse.

Apesar da última contraproposta da Ascema Nacional, apresentada em maio, o governo rejeitou o documento em junho e afirmou que não haveria nova proposta. A avaliação no Executivo, inclusive no Ministério do Meio Ambiente, é de que a oferta atual é positiva para os servidores. Contudo, a demora entre as propostas e contrapropostas aumentou a animosidade entre o governo e os representantes dos servidores.